2.14.2005

Campeonato da Língua Portuguesa: do Horror ao Louvor



Lá estive na final do campeonato. Não fiz parte dos 6 finalistas. Mal estaríamos se fosse eu um dos expoentes máximos da língua nesta terra.

Notou-se uma carência de concorrentes entre os 15 e os 40. Na categoria 15-18 apenas 10 finalistas, o que revela ou um desinteresse ou uma falta de domínio da língua nestas idades. De lamentar!
Nos adultos contavam-se pelos dedos as pessoas com menos de 40/45 anos . Éramos uns 6 ou 7. O que é que nos diferencia dos mais velhos? - Provavelmente eles tiveram uma melhor formação - Falo por mim; No secundário abundavam os professores medíocres. A português terei tido 2 professores muito bons, os outros variaram entre o péssimo e o medíocre. De latim nada sei... E a literatura nesse tempo já era pouca nos programas de Português.

Mas foi bom saber que os nossos filhos não estão entregues aos bichos - Dos 6 finalistas, 3 eram professores e desses apenas 1 era professor de português. Os outros dois eram professores de matemática e de geografia. Num país onde as humanidades e as ciências se divorciam quando entramos na universidade é interessante ver que há pessoas que continuam a considerar a cultura como um mundo muito amplo. Qualquer dos 6 me pareceu muito bom. O professor de matemática pareceu-me mesmo excelente ao responder nas calmas a 2 perguntas muito difíceis às quais eu não saberia responder.

Quanto à transmissão televisiva: A Bárbara Guimarães cometeu umas gaffes - a do verbo que ela insistia estar mal, o não se aperceber que já não valia a pena fazer a pergunta de desempate a 2 concorrentes - Inteiramente compensadas pelo ambiente acolhedor que proporcionou aos mais pequenos durante a manhã ao fazer-lhes perguntas com um interesse que parecia genuíno e não postiço, ao defendê-los do tirano membro do júri que insistia que o ditado tinha de se processar à velocidade da luz. Já o mesmo não se pode dizer da outra apresentadora - Uma tal Rita Ferro Rodrigues- Perguntas idiotas, formuladas em mau português... A SIC não percebeu que pôr uma apresentadora medíocre a entrevistar pessoas que não são medíocres , num programa cujo público alvo não é gente medíocre não era uma boa ideia.

Balsemão teve obviamente tempo de antena. Para dizer que conhecia todas as palavras do ditado; para louvar o campeonato. Balsemão, quando foi a última vez que fez qualquer coisa verdadeiramente altruísta? - Experimente , vai ver que não custa nada!

O estado de graça de alguns "escritores" não se percebe. As Sras. Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães escrevem há anos livros mauzitos com cheiro a bolor. Mas aquilo vende-se.... Pais , quereis dar bons livros aos vossos filhos? Não comprem disso.

Passado o evento, o Expresso deixou de actualizar as páginas do campeonato. Não estão lá os nomes dos vencedores, não está lá o ditado, não está lá o teste corrigido que os concorrentes também fizeram. Espero que ainda o actualizem.

Os prémios eram fraquitos, de valor pecuniário baixo. Pagar o almoço também não custava nada. Para o ano sugiro que aumentem bem o bolo.

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