A previsibilidade
Recentemente por razões profissionais tive de contactar pessoas de diferentes nacionalidades que trabalham para uma mesma empresa. Estas pessoas tinham de responder a um conjunto de perguntas em inglês que era igual para todos e faziam-no unicamente por e-mail (não era desejável contacto cara-a-cara ou telefónico). A escolha das pessoas era feita com base na nacionalidade apenas e de forma aleatória. Estes funcionários desempenhavam todos tarefas semelhantes na empresa.
Desde logo parti com algumas ideias pré-concebidas em relação às diferentes nacionalidades, fruto de muitas viagens e de muitos conhecidos por esse mundo fora. Fiz um grande esforço para afastar essas ideias pré-concebidas da minha mente. Afinal parece que não eram só ideias pré-concebidas mas tão só um julgamento justo. Vejamos:
Tinha a certeza que os ingleses e os alemães seriam dos primeiros a responder e que as suas respostas seriam boas e cuidadas. Acertei - Os ingleses, os irlandeses e os alemães foram dos primeiros a responder e as respostas inglesas mostravam grande profissionalismo.
Tinha a certeza que os espanhóis, italianos e portugueses seriam dos últimos a responder. Enganei-me: Os portugueses e os espanhóis simplesmente não responderam! Houve algumas respostas italianas mas muito feitas à pressa.Tinha a certeza que os ingleses e os alemães seriam dos primeiros a responder e que as suas respostas seriam boas e cuidadas. Acertei - Os ingleses, os irlandeses e os alemães foram dos primeiros a responder e as respostas inglesas mostravam grande profissionalismo.
Tinha a certeza que os empregados de países de leste (3 países com línguas diferentes) responderiam num inglês muito mau. Enganei-me: responderam todos na sua língua mãe! (que espécie de gente responde em búlgaro e etc... a uma mensagem de trabalho que está em inglês? Algumas até vinham em cirílico).
Da minha experiência passada com cidadãos dinamarqueses ficou-me que não são de confiança e que fazem como Pilatos. Acertei - As respostas dinamarquesas todas tinham qualquer coisa do estilo " a responsabilidade não é minha", " a culpa não é minha", " não sou eu que decido isso", " não tenho influência sobre isso".Isto é tudo muito hilariante menos a parte dos Portugueses. Continuamos a ser dos povos menos profissionais da Europa. Já deixei de me rir. Cada vez que me lembro dos 21% então nem me dá vontade de sorrir quanto mais de rir.
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