O Extraterrestre Poliédrico
O extraterrestre poliédrico sorvedouro de dinheiro e de tempo já abriu. Falo é claro da Casa da Música na cidade do Porto.
Há anos que o Porto merecia uma sala de espectáculos bonita e moderna feita por um arquitecto de renome. Mas como dizia a minha avózinha "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita". Demorou séculos a ser construída, custou balúrdios, fez rolar mais cabeças que as cruzadas, perturbou o trânsito até mais não, não foi concebida para aquele sítio, nem para ser uma casa da música, nem para aquela cidade - quer por dentro, quer por fora.
A arquitectura estilo tamanco holandês não se enquadra minimamente no sítio e não me parece que os autarcas do Porto tenham planos de alterar toda a zona da Boavista para que fique a condizer com a casa da música. Aliás não me parece que os autarcas do Porto tenham planos para o que quer que seja. Os meus pêsames à população da invicta que só tem desgraças como autarcas desde tempos imemoriais.
Lá dentro esqueceram-se vagamente de pôr um fosso de orquestra por meras quezílias pessoais e fizeram uma sala enorme com mais de 1000 lugares que nunca vai encher no tempo de vida útil do edifício. Outra ideia brilhante foi a colocação das salas de ensaio na cave. Se tivermos em conta que o pequeno auditório está no quinto piso e que instrumentos como um piano não podem ir no elevador está tudo dito. Acrescente-se a sala VIP que é forrada a imitações de azulejos portugueses Séc.XVIII feitas em Photoshop e os 2 falsos órgãos agarrados às paredes do grande auditório e temos o pleno Kitsch Pimba.
Há anos que o Porto merecia uma sala de espectáculos bonita e moderna feita por um arquitecto de renome. Mas como dizia a minha avózinha "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita". Demorou séculos a ser construída, custou balúrdios, fez rolar mais cabeças que as cruzadas, perturbou o trânsito até mais não, não foi concebida para aquele sítio, nem para ser uma casa da música, nem para aquela cidade - quer por dentro, quer por fora.
A arquitectura estilo tamanco holandês não se enquadra minimamente no sítio e não me parece que os autarcas do Porto tenham planos de alterar toda a zona da Boavista para que fique a condizer com a casa da música. Aliás não me parece que os autarcas do Porto tenham planos para o que quer que seja. Os meus pêsames à população da invicta que só tem desgraças como autarcas desde tempos imemoriais.
Lá dentro esqueceram-se vagamente de pôr um fosso de orquestra por meras quezílias pessoais e fizeram uma sala enorme com mais de 1000 lugares que nunca vai encher no tempo de vida útil do edifício. Outra ideia brilhante foi a colocação das salas de ensaio na cave. Se tivermos em conta que o pequeno auditório está no quinto piso e que instrumentos como um piano não podem ir no elevador está tudo dito. Acrescente-se a sala VIP que é forrada a imitações de azulejos portugueses Séc.XVIII feitas em Photoshop e os 2 falsos órgãos agarrados às paredes do grande auditório e temos o pleno Kitsch Pimba.
No fim-de-semana fui de visita ao Porto e ao edifício. Verifica-se que é uma espécie de extraterrestre que aterrou ali. Uma vez lá dentro as coisas foram de mal a pior: Degraus não sinalizados aguardam-nos cinzentos e na sombra, escadarias grandiosas não têm corrimãos, a luz quase não entra nos espaços públicos do monólito de frio betão porque não há janelas.
No desagradável bar do primeiro piso, bolos ressequidos embrulhados em película transparente exibem-se. O único cliente é um tipo gadelhudo que fuma um cigarro sentado a uma mesa e deitando a cinza para o chão. 2 mesas têm louça suja e meio prato partido jaz no chão. Um café custa 1 €. Piro-me imediatamente.
O elevador leva a parte nenhuma: Só vai até ao estacionamento disse-me a menina da bilheteira. Então e para ir ao terraço panorâmico? - Está encerrado. E o restaurante? -Também!
Desconfio que este terraço panorâmico tem uma costela de gato de Shrödinger. Quem sabe se está mesmoooo lá?
No desagradável bar do primeiro piso, bolos ressequidos embrulhados em película transparente exibem-se. O único cliente é um tipo gadelhudo que fuma um cigarro sentado a uma mesa e deitando a cinza para o chão. 2 mesas têm louça suja e meio prato partido jaz no chão. Um café custa 1 €. Piro-me imediatamente.
O elevador leva a parte nenhuma: Só vai até ao estacionamento disse-me a menina da bilheteira. Então e para ir ao terraço panorâmico? - Está encerrado. E o restaurante? -Também!
Desconfio que este terraço panorâmico tem uma costela de gato de Shrödinger. Quem sabe se está mesmoooo lá?
Cá fora, o despojado exterior já encontrou utilidade: Skateodromo. Vários miúdos divertem-se nas ondulações. A falta de verde é confrangedora e emparelha com a matança de todas as árvores do corredor central da Av. da Boavista em prol do Metro do Porto. A estupidez não quis ter o trabalho de encontrar alternativas.
Um minibus despeja Antony e os Johnsons nas traseiras junto à entrada dos artistas. Antony sem maquiagem é um matulão bolachudo de camisa e boné pretos estilo alternativo.
Uns 5 minutos depois acabei de dar a volta ao edifício. A minha prole personificada por um cotomiço irrequieto às minhas cavalitas acena para uma janela. Antony, de copo na mão acena-lhe de volta.
Um minibus despeja Antony e os Johnsons nas traseiras junto à entrada dos artistas. Antony sem maquiagem é um matulão bolachudo de camisa e boné pretos estilo alternativo.
Uns 5 minutos depois acabei de dar a volta ao edifício. A minha prole personificada por um cotomiço irrequieto às minhas cavalitas acena para uma janela. Antony, de copo na mão acena-lhe de volta.
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