Acordo com MIT

Sem pompa nem circunstância e com comunicados na imprensa em pé de página, fica-se a saber que o governo português assinou no sábado o famoso "acordo com o MIT" numa cerimónia que decorreu no CCB.
Não conheço ninguém da comunidade científica que tenha sido convidado a assistir a esta cerimónia, apesar de ter lido num jornal (JN) que empresários, gestores e académicos assistiram ao evento. Não vi filmagens na imprensa. Ter-me-á escapado algum telejornal?
Convenhamos que isto foi um bocado rápido... Em Janeiro o Mariano Gago dizia que os contactos se tinham iniciado nesse mesmo mês. Só demoraram 2 meses a negociar e concretizar uma proposta altamente importante e complexa? Ou o Mariano estava Gago quando disse isto?

O que assinaram ninguém sabe. O conteúdo do acordo não foi divulgado. Não sabemos que montantes, nem que áreas do conhecimento nem que recursos humanos estão envolvidos. Nas declarações feitas apenas foram identificadas com clareza as áreas da energia e transportes, o resto eram declarações abrangentes sobre inovação na indústria e gestão. Também foi citada a criação de um ou mais cursos avançados de gestão a serem ministrados pelo MIT em Portugal. Eis o link para a nota de imprensa do MCTES.

Os comentários do primeiro-ministro pautaram-se pela falta de objectividade:

"Incluir Portugal na economia do conhecimento ao nível mundial".

Terá sido tirado de um livro de frases feitas que resultam sempre bem?
Quanto aos comentários do ministro da ciência - são alarmantes:

"o MIT vai avaliar quais as instituições e tipos de projectos em que se propõe trabalhar no nosso país."
"O investimento, será aquilo que for preciso".

Não percebi bem, mas parece-me que estamos a pagar um serviço ao MIT, serviço esse que não somos nós os clientes que definimos e escolhemos e que quando vier a factura terá o valor que o MIT quiser...