E hoje temos um post sobre anatomia zoológica inspirado naquele badalado ciclo de 5 filmes que dá pelo nome de Cremaster. Tudo o que há a saber sobre o ciclo Cremaster resume-se em 5 ou 6 linhas:
1- Cremaster é o nome do músculo que suspende os testículos.
2- O ciclo de filmes (ou instalações video ou o que raio lhe quiserem chamar) foi realizado por um Sr. que se intitula artista e se chama Matthew Barney. Anteriormente apenas conhecido por ser namorado da cantora islandesa Bjork.
3- Muito hype rodeou os filmes, tendo estes sido alvo de uma exposição no Guggenheim de N.Y. que ocupou todo o edificio e envolveu objectos expostos e performances ao vivo. A fila para a exposição nalguns dias dava a volta ao quarteirão (mais um bocadinho e atravessava o central park!).
4- Os filmes são objectivamente uma das piores coisas que eu já vi, quer como cinema quer como instalações video.
5- Por cá passaram no King há uns tempos.
Desengane-se quem espera ver Cremasteres ao vivo nestes filmes. Não se trata desse tipo de filmes!
Comecei por ver um documentário com o autor, que mostrava também a exposição no Guggenheim. Logo aí uma série de explicações do próprio envolvendo ciência, pseudo-ciência, filosofia e conceitos transcendentais num palavreado muito tosco cheirou a esturro. O título da série de filmes não é explicado, o conteúdo dos filmes não é explicado, escolhas de locais e personagens têm razões obscuras e fica-se com a ideia que o Sr. estava completamente pedrado quando fez aquilo tudo ou então é esquizofrénico e a família nunca deu por isso.
De seguida temos a parvoeira de os filmes numerados de 1 a 5 deverem ser vistos pela ordem 3, 2, 5, 1, 4. Na verdade podem ver-se em separado e por qualquer ordem porque não têm quase nada em comum uns com os outros!
Comecei pelo Cremaster 4. Tem 42 minutos e som mono. Foi filmado na ilha de Man e em mais de metade do filme vemos 2 pilotos em carros de corridas com cores fulgurantes, um amarelo e outro azul, vestidos com fatos da mesma cor numa estreita estrada da ilha. As mesmas imagens dos carros repetem-se várias vezes e são enxertadas noutras e passadas a diferentes velocidades (uma espécie de samplagem video). A outra metade do filme é passada num barracão num pontão. Mostra-nos algumas estranhas personagens a fazer macacadas.... Não há falas e que me lembre não há música, só ruídos. Se quisermos ser muito bem intencionados poderemos qualificar este filme como "hermético" ou "críptico". Indo um bocadinho mais longe eu diria que o conteúdo cinematográfico é nulo usando técnicas básicas sem resultados de monta. Como obra de arte é um objecto incoerente que nem choca nem espanta antes dá um desejo irreprímivel de sair do sofá e ir dormir.
Para dar uma hipótese ao Sr. comecei a ver o Cremaster 3. Aparentemente mais uma tentativa do Sr. Barney para ascender à categoria de intelectual elitista. Mas completamente falhada. O filme é tal como o anterior desprovido de qualquer sentido e não desperta qualquer emoção ou reacções em quem o vê.
Como a minha paciência tem limites os restantes ficaram por ver. É minha convicção que não trazem de novo e nenhum desejo de os ver me move. Por isso fundo do armário com eles!
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