10.18.2007

Pontas soltas

  • Acabou-se-lhes a pica - Parece que a blogosfera portuguesa está cada vez mais pobre. Os blogs interessantes têm acabado e não têm sido substituídos por outros novos.
    Só na minha curta lista de links há vários defuntos : Esplanar, QuaseEmPortuguês(em hibernação), Substrato, Seta despedida, Triciclo Feliz e o Céu...(rarefacção de posts), Fisicos Lx, La recherche, ponto triplo, etc... E é com pena que verifico que alguns não estão só defuntos como já se desfizeram em pó. O blog do Samuel Jerónimo era um excelente blog sobre música e agora nem os arquivos ficaram. É um link morto.
    O pior é que os bloguistas atacados de modorra e tédio creativo raramente voltam. Além disso os blogues não permitem a operação de trespasse nem a de venda. Eu pessoalmente não me importo de frequentar uma tasca onde antes havia uma loja de discos. Mas nos blogues não funciona assim, os blogues são como as plantas perenes dois ou três anos e adeus definitivo.

  • Ao contrário dos bons blogs, que quando acabam deixam legiões de inconsoláveis fãs, as séries de culto americanas têm o pendor de se tornarem invariavelmente uma pessegada lamechas lá pela 3ª série. Aconteceu-me com os "6 feet under", a "grey´s anatomy", "os sopranos", as "desperate housewifes" e agora com o "weeds". O problema parece ser a multiplicidade de argumentistas usados nestas séries. A cada novo episódio o novo argumentista faz mais ou menos tábua rasa do que se passou para trás e inventa novas e retorcidas situações e casos amorosos com as personagens. Ao ponto de quando chegamos à 3ª série já toda a gente ter ido para a cama com toda a gente e irem a caminho de uma 2ª volta de quecas por falta de mais personagens. Na vida real a maior parte das pessoas tem falta de tempo, de charme ou de paciência para se comportar como uma lebre com cio.
    Nestas séries sensivelmente a cada minuto ocorre um crime grave ou morre alguém. Passado 10 minutos as restantes personagens comportam-se como se nada tivesse acontecido. A memória e a dor duram milisegundos. Às vezes penso que se a realidade fosse assim volátil eramos todos muito mais felizes!

  • Correu montes de tinta e muitos teclados foram martelados sobre O IPCC e Mr. Gore. Um Nobel da paz para uma questão ambiental? Pois parece-me bem porque a dita questão ambiental tem fortes implicações económicas e sociais. É consensual e incontornável que importantes problemas ambientais como a desertificação e a escassez de água ou de outros recursos causam conflitos e guerras.
    O IPCC (Painel intergovernamental sobre mudanças climáticas) existe desde 1988 e agrupa dezenas de especialistas mundiais com o objectivo de fornecer informações técnicas rigorosas sobre alterações climáticas. A atribuição do prémio Nobel da paz ao IPCC parece justa.
    O Sr. Gore é um individuo de boas familias cuja única ocupação conhecida até recentemente era a política. Tendo iniciado uma travessia do deserto após ter perdido umas eleições presidenciais no inicio da década e não tendo qualquer hipótese de ser candidato agora pois não consegue competir com Hillary ou Obama, agarrou-se desesperadamente a uma tábua de salvação, abraçar uma causa com forte impacto junto do público- o ambiente. Esta campanha de promoção multimilionária do sr. Gore teve o seu auge no muito divulgado e óscarizado documentário "uma verdade inconveniente" pago e apresentado pelo próprio. Infelizmente o filme é controverso e vários peritos apontaram erros científicos no seu contéudo. Várias escolas recusaram a oferta de DVDs do filme devido a esses erros. Veio também a lume que o estilo de vida do Sr. Gore é discordante do que ele defende como cavalos de batalha ambientais- vive numa mansão com gastos astronómicos de electricidade e desloca-se de avião para todo o lado. O comité Nobel ao atribuir a este sr. o Nobel da paz diz que foi por "...esforços para disseminar conhecimento sobre alterações climáticas..." seria mais acertado dizer que foi por: esforços por levantar controvérsia em torno de ...- Se bem que eu ache que a palavra esforços nem lá devia estar...

  • Lentamente a indústria da música começa a ir pelo caminho certo. Custou mas lá começam a perceber que o lucro a partir de agora só pode vir de merchandising e concertos, a música tem de ser de borla ou quase e estar disponível para download. Ninguém sabe as reais consequências disto, mas uma coisa é certa Nunca mais será como dantes!
    Os Radiohead deram o primeiro passo e vendem o novo album no seu site. O preço é o que o comprador quiser, inclusivé pode ser 0.0 €. Mas desengane-se quem julga que quem lá compra o faz por zero. O preço médio até agora foi 5.6 €. O tamanho da amostra é 1.2 milhões (nr de downloads do albúm) portanto claramente significativa. A lei da oferta e da procura no seu melhor, sem necessidade de um complexo plano de marketing: Q-Quanto é que o consumidor está disposto a pagar por um album? R:- entre 5 e 6 €!
    Não tenho dúvidas nenhumas que se os CDs na FNAC custassem 5 € eu gastava muito mais dinheiro por ano em música. Sempre que vejo aquele 17 e aquele 21 nas caixas até me encolho. A maior parte das vezes não compro mesmo.

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