O DNA dos Romanov
Nicolau II foi o último czar russo. Foi assassinado em 1918 durante a revolta bolchevique, juntamente com toda a sua família (a mulher e 5 filhos), 3 criados e o médico da corte.
O local onde estavam os corpos permaneceu desconhecido até 1991, altura em que se desenterraram vários corpos que se suspeitavam ser da família real de uma vala e peritos forenses os tentaram identificar.
O local onde estavam os corpos permaneceu desconhecido até 1991, altura em que se desenterraram vários corpos que se suspeitavam ser da família real de uma vala e peritos forenses os tentaram identificar.
Foram recuperados e reconstituídos 9 esqueletos. Utilizaram-se métodos computacionais para fazer a reconstituição facial a partir dos craneos, verificando-se parecenças assombrosas com fotos do czar e da czarina Alexandra. Os esqueletos mostravam que tinha existido uma morte violenta e os dentes continham traços de materiais usados em tratamentos dentários associados com a realeza. No entanto nesta vala apenas foram encontrados os corpos de 3 crianças e nenhuma delas de sexo masculino. Ficavam assim por encontrar os corpos do principe Alexei e como veio mais tarde a verificar-se da filha mais nova do Czar, Anastasia.
Para identificar os corpos e verificar que pertenciam a pessoas da mesma familia recorreu-se à análise do DNA mitocondrial (mtDNA), um tipo de DNA circular que é herdado por via materna e permanece quase imutável. A região deste DNA que se costuma utilizar para efectuar comparações é o chamado D-loop, um troço que está junto à origem de replicação e que contém a região de controlo. Comparando o DNA mitocondrial de 2 pessoas que não estejam relacionadas por laços de consanguinedade verifica-se que existem diferenças muito grandes, pelo contrário quando as pessoas provém da mesma família há enormes semelhanças.
Verificou-se que os corpos das 3 crianças e de um dos adultos do sexo feminino estavam estreitamente relacionados. O duque de Edimburgo, sobrinho-neto da czarina forneceu a amostra de DNA que permitiu confirmar a identificação da Czarina Alexandra e das 3 filhas. Todos eles tinham a mesma sequência de controlo no mtDNA.
A identificação do Czar deu mais trabalho. Tikhon Kulikovsky, o sobrinho do czar recusou-se a ceder uma amostra do seu DNA como represália por o Reino Unido não ter dado asilo aos Romanov após a revolução (o estudo genético estava a ser feito por peritos ingleses) e a exumação do gran-duque Georgij não era possível por razões políticas e financeiras. A identificação foi feita analisando o DNA de parentes distantes, não tendo a igreja ortodoxa russa ficado convencida do resultado. Finalmente em 1994 o gran-duque Georgij foi exumado e o seu DNA analisado permitindo identificar inequivocamente O czar Nicolau.
A identificação do Czar deu mais trabalho. Tikhon Kulikovsky, o sobrinho do czar recusou-se a ceder uma amostra do seu DNA como represália por o Reino Unido não ter dado asilo aos Romanov após a revolução (o estudo genético estava a ser feito por peritos ingleses) e a exumação do gran-duque Georgij não era possível por razões políticas e financeiras. A identificação foi feita analisando o DNA de parentes distantes, não tendo a igreja ortodoxa russa ficado convencida do resultado. Finalmente em 1994 o gran-duque Georgij foi exumado e o seu DNA analisado permitindo identificar inequivocamente O czar Nicolau.
referência:
Gill P, Ivanov PL, Kimpton C, Piercy R, Benson N, Tully G, Evett I, Hagelberg E, Sullivan K. "Identification of the remains of the Romanov family by DNA analysis." Nature Genetics. 1994 Feb;6(2):130-5.
Labels: Biology
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