1.19.2006

MIT

Espalhado pelos noticiários de ontem e pelos jornais de hoje está a lavagem de roupa suja do Projecto MIT. O gestor do "plano tecnológico" que se demitiu por causa disso, interpelou e bem Sócrates no congresso da "Economist". E Sócrates respondeu à altura, colando o epíteto de funcionário público ao ministro que está a bloquear o projecto.

ISTO que o ministro em causa pretende é o favorecimento de uma instituição de ensino superior pública em particular- o Instituto Superior Técnico. Ao contrário do previsto no projecto que é a selecção natural dos melhores investigadores venham eles de que instituição vierem. Sabendo que o ministro é docente nessa mesma faculdade e que noutras ocasiões já foi igualmente imparcial, não estará na altura de o mandar tirar umas férias prolongadas?

Mas o que me irritou mesmo foi a descrição do MIT pelos jornalistas, em 2 noticiários e num jornal nacional de grande tiragem. Segundo eles o MIT é o "mais importante instituto de novas tecnologias do mundo". Espelha bem a ignorância extrema em que vive a classe jornalistica em Portugal e por tabela quem ouve ou lê o que dizem e escrevem. A começar pela classificação de mais importante do mundo - francamente exagerada, trata-se apenas de uma instituição de alto nível, muito reputada. Seguindo pela classificação como instituto de novas tecnologias. Não é um instituto, é uma universidade, tal como o Instituto Superior Técnico em Portugal, é uma faculdade. O facto de ter o vocábulo instituto no nome não significa nada disso. E pouco tem a ver com novas tecnologias, uma expressão que em português se associa a tecnologias de informação e informática em geral.

MIT O MIT (
Massachussets Institute of Technology) é uma universidade norte-americana de topo, conhecida sobretudo pela qualidade do ensino e da investigação em ciências, engenharia e áreas tecnológicas, embora também tenha departamentos de ciências sociais e humanas.

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4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Pelo que percebi da notícia, a boca do Socrates ("funcionário") não foi dirigida ao minitro mas sim ao coordenador da comissão que teve a "leviandade" de o interpelar, um "mero funcionário, professor em início de carreira", como o Gago o claassificou.

10:00 am  
Blogger A. R. Ray said...

Não foi assim que a entendi.
De qualquer forma José Tavares dificilmente poderá ser classificado como um "mero funcionário, professor em início de carreira".
Tavares doutorou-se em macroeconomia em Harvard e ensinou na Católica, em Harvard e na UCLA. Tendo trabalhado no Banco de Portugal e no ICEP entre outros ... Tem também um bom leque de publicações (em número e qualidade). O facto de ser neste momento apenas professor auxiliar na U. Nova só reflecte um regresso tardio a Portugal...

11:20 am  
Blogger brunobd said...

Eu concordo com o anónimo.

O PM enquanto dizia a palavra "funcionário" tinha o ódio estampado nos olhos...

Não me parece que tal sentimento fosse para um ministro seu... a palavra "funcionário" foi claramente para rebaixar José Tavares. Sócrates quis mostrar-lhe que ele já não tem o estatuto anterior...agora é um mero funcionário...

Se tivesse sido para o JMG este não teria outro remédio senão demitir-se. Era uma "boca" demasiado forte para ele poder continuar (eu pelo menos não continuava!)

11:17 pm  
Blogger A. R. Ray said...

O follow up do assunto está a ser interessante. O J. Tavares apareceu no dia seguinte na SIC noticias a mostrar uns documentos para as camaras que parecem demonstrar que o JMG no dia anterior tinha dito coisas que não eram verdade ou então JMG não sabe bem o que se passa no dossier MIT.
É pena que os resultados das presidenciais vão eclipsar quaisquer outros assuntos dos media nos próximos tempos. Infelimente, o caso MIT depressa cairá no esquecimento.

11:01 am  

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