Zemlya - Terra
Zemlya (Terra) realizado por Aleksandr Dovzhenko em 1930 celebra a terra e o que ela nos dá. Todas as filmagens da natureza que existem no filme transmitem na perfeição a esmagadora beleza dos campos, das árvores de fruto, dos girassóis, das tarefas agrícolas e a extrema dignidade dos aldeões agricultores. Do vento na seara das imagens da abertura às maças trincadas pelo ancião moribundo e pela criança vivaz, o amor pela Terra transpira por todo o filme.
O filme é na verdade sobre a colectivização na Ucrânia e o enredo é mau , os actores também e a tradução Russo-Inglês da cópia que eu tenho é provavelmente horrível porque a maior parte dos dialógos dos intertítulos é incompreensível. Mas isso são pormenores... Visualmente é um marco histórico! O lirismo visual é comparavel ao brilhante Aurora de Murnau recentemente reposto em salas de cinema em Portugal.
Estão lá todas as características da sociedade soviética de 30, tal como um ocidental as enumeraria: A luta em grupo por um ideal com uma determinação extrema levada às últimas consequências, a filmagem com naturalidade de homens urinando e mulheres em pelo (coisas proibidissímas em cinema ocidental da época), a abordagem da morte como um mero fim de ciclo, a constatação de que uma revolução é uma Rosa mas traz espinhos.
Apesar de ser um filme de propaganda pago pelo governo, o resultado final vai muito para além disso, não chegando no entanto ao nível de um Eisenstein. A montagem é genial e sensual: a sequência acelerada que começa com a colheita do cereal e mostra todo o processo de processamento é fabulosa; a sequência final em paralelo também. No fim, percebemos claramente a comunhão do agricultor soviético com a terra e a sua ligação espiritual ao campo.
O filme é na verdade sobre a colectivização na Ucrânia e o enredo é mau , os actores também e a tradução Russo-Inglês da cópia que eu tenho é provavelmente horrível porque a maior parte dos dialógos dos intertítulos é incompreensível. Mas isso são pormenores... Visualmente é um marco histórico! O lirismo visual é comparavel ao brilhante Aurora de Murnau recentemente reposto em salas de cinema em Portugal.
Estão lá todas as características da sociedade soviética de 30, tal como um ocidental as enumeraria: A luta em grupo por um ideal com uma determinação extrema levada às últimas consequências, a filmagem com naturalidade de homens urinando e mulheres em pelo (coisas proibidissímas em cinema ocidental da época), a abordagem da morte como um mero fim de ciclo, a constatação de que uma revolução é uma Rosa mas traz espinhos.
Apesar de ser um filme de propaganda pago pelo governo, o resultado final vai muito para além disso, não chegando no entanto ao nível de um Eisenstein. A montagem é genial e sensual: a sequência acelerada que começa com a colheita do cereal e mostra todo o processo de processamento é fabulosa; a sequência final em paralelo também. No fim, percebemos claramente a comunhão do agricultor soviético com a terra e a sua ligação espiritual ao campo.
Labels: Cinema
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