3.03.2006

Renováveis I

-Mini-hídrica
É um aproveitamento hídrico com uma potencia instalada de menos de 10 MW. As vantagens ambientais são várias: não emite dióxido de carbono e interfere menos nos cursos de água que as grandes hídricas. Mas tal como as grandes barragens está dependente de existir um caudal mínimo nos cursos de água.
Dados dos anos 90 indicam que Portugal tinha 308 MW de potência instalada em mini-hídricas. Entraves burocráticos tem impedido a criação de novos projectos deste tipo de produção de energia, apesar da legislação especial que a incentiva e da existência de apoios comunitários.

- Eólica
Nos últimos anos tem-se investido bastante neste tipo de tecnologia. Não obstante, temos um considerável atraso em relação aos nossos parceiros comunitários. Em 2000, Portugal tinha apenas 230 torres eólicas totalizando uma potência instalada de 115 MW.
O governo prevê até 2010 a instalação de
3000 MW de potência adicional usando tecnologia eólica. Olhando para estes valores e sabendo que uma torre eólica produz muito pouco fico com a impressão que todos os outdoors publicitários da minha cidade serão mais cedo ou mais tarde substituídos por um moínhozeco. Enfim, pode ser que alguém tenha a ideia peregrina de usar os postes de iluminação pública como suporte para as pás da eólica e minimiza-se a poluição visual.

- Biomassa
O aproveitamento energético a partir de biomassa, consiste no uso de matéria orgânica (por exemplo lenha, resíduos animais ou lamas de ETARS) para obter energia (sob a forma de calor, gás ou electricidade). Este tipo de aproveitamento é útil para produzir energia em indústrias que utilizam madeira e resíduos florestais, optimizando o seu funcionamento. Mas tem outras aplicações muito mais rentáveis: A produção de biocombustíveis e de biogás.
O biogás é produzido em digestores usando como matéria-prima efluentes orgânicos agro-pecuários, domésticos ou industriais. Está digestão permite reduzir os problemas ambientais que este tipo de efluentes coloca e gerar energia. As lamas de ETARS, os resíduos sólidos urbanos orgânicos e os resíduos de suiniculturas são 3 matérias-primas que permitem bom rendimento em biogás. Vários aterros sanitários portugueses produzem biogás.
Os biocombustíveis são combustíveis líquidos que podem ser utilizados em motores, puros ou misturados com gasolina. Uma parte da frota de autocarros da Carris utiliza um combustível misto com 30% de óleo de Girassol. As tecnologias para obter biocombustíveis dependem muito da matéria prima e do que se pretende obter. A nível mundial a produção de etanol a partir de cana do açúcar é o mais importante processo/biocombustível utilizado. O Brasil utiliza o etanol como combustível em cerca de 15-20 % do parque automóvel há várias décadas. Recentemente a Suécia começou a fazer o mesmo. Não tenho dados sobre a produção de biocombustíveis em Portugal.

- Geotérmica
A energia geotérmica baseia-se no facto de o interior do planeta Terra ter uma temperatura muito superior à sua superfície. Para transportar esse calor até à superfície recorre-se a lençóis de água subterrâneos. A produção de energia eléctrica é possível se a água estiver a mais de 150ºC, o que no nosso país só ocorre nos Açores. Nos Açores existem 2 centrais geotérmicas, uma experimental desde os anos 80 e outra construída nos anos 90 em São Miguel com uma potência instalada de 12 MW (fornece 60% do consumo eléctrico de toda a ilha).

Dados : ERSE, INEGI, Eurostat.

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