6.06.2006

A Corja

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O corporativismo malévolo instalou-se em algumas classes profissionais portuguesas após o 25 de Abril. Dos todos poderosos médicos aos magistrados passando pelos farmacêuticos e pelos professores assistimos a coisas impensáveis que são defendidas pelos sindicatos destes Srs. São os magistrados com 3 meses de fériasque acham bem e querem manter, são os farmacêuticos que não querem concorrência nem farmácias com proprietários que não sejam licenciados em farmácia e por fora...

A última novidade surge nem por acaso no dia 6-6-2006 – The number of the beast- a FENPROF, personificada pelo inenarrável e sinistro Sucena que manda neste sindicato à 100 anos vem a terreiro dizer que não quer alterações no Estatuto da Carreira Docente dos professores de liceu. Atenção não vem dizer que não concorda com algumas alterações propostas, vem dizer que não quer alterações. E como sempre escolhe as piores formas de o dizer. São comunicados unilaterais que nem em regimes como Cuba se vêem hoje em dia. São acusações e ofensas ao governo. São ordens encapotadas como se pode ler num e-mail que circula pelas escolas em que se “apela” à demissão dos conselhos executivos das escolas. Nunca se ouviu uma ideia construtiva vinda deste sindicato!

O que está em jogo é que os professores sejam avaliados no seu desempenho a ensinar e quando são contratados pela primeira vez. Ora estes Srs. não querem ser avaliados porquê? Quem não deve não teme.

Com a avaliação deixávamos de ter incompetentes a ensinar os nossos filhos. E os que estivessem no sistema ou melhoravam o seu desempenho ou não saiam da cepa torta. Não me chegam os dedos das mão para contar os incompetentes que me ensinaram no liceu. Entre os que faltavam dia sim dia sim e os que sabiam menos da matéria do que eu, tive certamente mais de 20 em 8 anos de ensino. E havia consequências para estes Srs. em termos de carreira ? Não.

É por isso que apoio inteiramente a decisão do ministério da educação em avaliar os professores e controlar o acesso à carreira através de um teste para seleccionar os mais aptos. Na última década têm entrado na carreira pessoas sem os conhecimentos mínimos para ensinar. Isto devido à perniciosa decisão das universidades de província, sedentas de atrair alunos para os seus cursos de ensino às moscas, de inflacionar as notas dos alunos. É agora vulgar que um recém licenciado em ensino de física e química com média de 18 não tenha conhecimentos básicos destas áreas científicas nem de matemática. São estes os futuros professores? Qual a capacidade de um licenciado deste calibre para ensinar?

Também concordo que deva existir uma componente de avaliação dos professores externa. Até agora subiam na carreira por antiguidade e quando havia alguma avaliação esta era feita por colegasOu seja a progressão na carreira nunca foi feita por mérito. Mas acho duvidoso que esta avaliação possa ser feita pelos pais dos alunos, porque eles não assistem às aulas. Obviamente não concordo mesmo nada com as “razões” apresentadas pela Fenprof para os pais não poderem avaliar os professores. Dizem eles que os pais não são competentes para o fazer nem têm formação para isso. Completamente errado. Qualquer pai é competente para avaliar o desempenho profissional de um professor do seu filho mesmo se for um pai analfabeto. Ele sabe se o filho está ou não a adquirir conhecimentos, se tem hábitos de trabalho àquela disciplina e se tece louvores ao professor ou não.

Pessoalmente penso que a partir do 10º ano essa avaliação pode ser feita pelos próprios alunos. Aos 16 anos têm maturidade para fazer uma avaliação objectiva.

A ministra da educação apareceu 2 ou 3 vezes no canal SIC Notícias em conversa com aquele excelente pivot que é Mário Crespo. Nas 2 vezes em que a vi achei que a Sra. era brilhante. Inteligente, dialogante, com ideias, com vontade de resolver problemas e sem medo de mexer em poderes instituídos. Quando tomou posse começou logo por resolver penosos problemas que se arrastavam à anos - O problema do professor saltitante (que todos os anos era colocado num sítio completamente diferente) e o problema do fungagá nas colocações (saiem quando saiem, têm mais erros que coisas certas). Pena é que nos canais de sinal aberto eu nunca a tenha visto nas notícias. Em vez disso vemos os sindicalistas dos professores... Serviço Público?!

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