7.28.2005

Bombas Relógio

bomb bomb london
A cadeia ABC news mostrou a sua falta de ética e de respeito pelos afectados pelos atentados de Londres ao publicar fotografias das carruagens que explodiram. Sangue e objectos pessoais misturam-se com legendas pouco informativas. Nem os tablóides britânicos desceram tão baixo. A fuga de informação partiu dos serviços secretos norte-americanos, os tais que já não são o que eram. Uma vergonha!
De entre as fotografias difundidas pela ABC, há várias que mostram detonadores, rastilhos e bombas. Talvez para inspirar mais fanáticos....

Pelo aspecto dos engenhos fiquei a saber que são completamente artesanais. Não são engenhos militares como tinha sido avançado em alguns media. Trata-se de garrafas e frascos com um pó branco que estão ligados a um rastilho, sendo que algumas têm a superfície coberta de material perfurante -pregos- para aumentar o efeito letal.
Os engenhos estão muito longe das bombas altamente profissionais feitas pelo IRA ou pela ETA. Essa é uma das razões pelas quais morreu tão pouca gente nestes atentados, a outra é a quase impossibilidade de abandonar qualquer objecto com uma dimensão suficiente para conter explosivos num local público em Londres. Londres dá verdadeiro sentido à frase "Big Brother is watching you".

Na verdade bastam conhecimentos muito rudimentares para fazer bombas daquele tipo. Usando nitrato de amónio (um fertilizante que se vende livremente no mercado) como oxidante e outros ingredientes que não mencionarei mas que também são de venda livre, tem-se uma bomba em 3 tempos. Foi o método usado no atentado de Oklahoma nos EUA.
E se os candidatos a terroristas terão certamente dificuldades em arranjar TNT ou ácido pícrico em grande quantidade, têm disponíveis uma série de outros produtos que também se vendem livremente em qualquer país e que permitem fazer bombas mortíferas: Uma série de oxidantes- peróxidos, nitratos e percloratos- e particulados de alumínio e de magnésio encontram-se à venda sem dificuldade. Verifico também que existem livros à venda e sites na internet com informação para preparar bombas.
Felizmente os candidatos a terroristas ainda não descobriram Portugal, esse paraíso onde barracões no meio do mato, pomposamente chamadas de fábricas de artigos pirotécnicos, armazenam toneladas de material pronto a usar, sem qualquer segurança anti-roubo. No norte do país, onde os nativos parecem ter uma especial predilecção por foguetório, há fabriquetas às dezenas.


Afadigam-se os estados em fazer leis anti-terrorismo que permitem deter pessoas durante 3 meses sem culpa formada mas não percebo porque é que não existe legislação que dificulte a aquisição de matéria prima para fabricar explosivos, que impeça divulgação de informação sobre o seu fabrico e que dificulte o seu roubo. É só uma questão de tempo até haver outro atentado....

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