11.29.2005

Inovação

O Reino Unido mostra-se muito preocupado com os seus indicadores científicos nacionais.
O Reino Unido tem historicamente um grande défice de Inovação dizem os especialistas. Ainda pensei ter lido mal. Estariam mesmo a falar do berço da revolução industrial?

Fartei-me de rir
a ler o seguinte:
A ciência no Reino Unido está muito mal. Os nossos cientistas são responsáveis por 4.5 % da produção científica mundial e publicam 10% dos artigos científicos mundiais. No entanto há uma cultura generalizada que prejudica o desenvolvimento da ciência… Os números nas universidades são muito preocupantes….Baixos níveis de literacia científica do público…..Número de alunos a estudar ciência nas universidades mais baixo que há uma década…dificuldades da indústria inovadora para desenvolver o seu potencial económico….A falta de capital para investir destrói os sonhos dos empreendedores”

Gosto sobretudo da primeira parte do texto em que se diz que o Reino Unido (RU) está muito mal e que há lá uma cultura generalizada que prejudica a ciência. Estão cheios de sorte meus caros, pois parece que essa cultura generalizada não é lá muito eficiente a prejudicar a vossa ciência. Ora venham para Portugal e verão o que é uma cultura generalizada virulenta e mortífera.
O RU uma nação que tem 1% da população mundial, produz 10% dos artigos científicos mundiais. É melhor não fazermos as mesmas contas para Portugal.

Os problemas do RU parecem ter muito em comum com os problemas portugueses, embora a escala seja claramente outra. No RU decidiram atacar o problema com as seguintes medidas:

-Criação em 1998 da NESTA.
-Medidas para atracção e retenção de cientistas no país.
-Aumentar fundos para departamentos de ciência das universidades públicas e relações universidade-indústria.
-Divulgação de ciência para o grande público.
-Melhorar o ensino das ciências ao nível pré-universitário.

Em Portugal decidiram atacar o problema com as seguintes medidas:

-Criação da AdI no inicio dos anos 90.
- Divulgação de ciências para o público jovem (programa ciência-viva).

As semelhanças entre a NESTA e a AdI ficam-se apenas pelos objectivos: Promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
A AdI limita-se a gerir dinheiro que provém de fundos comunitários (POCTI, POSI, PRAXIS, PRIME), a prestar informações sobre o acesso a esses fundos e a receber as candidaturas. A NESTA tem fundos próprios (é financiada pela lotaria nacional) que gere directamente e não se limita a financiar projectos, tem um programa de assessoria técnica e financeira de alto nível, talvez o que nós precisávamos em Portugal. A AdI pouco sucesso conseguiu ao longo de mais de 10 anos provavelmente dado o seu carácter passivo (afinal qual a diferença entre submeter uma candidatura Prime pela AdI ou por uma qualquer incubadora de empresas regional?).


O progresso obtido pelas nações em termos de inovação é medido anualmente pelos “Trendchart Innovation Policy”, uma série de indicadores relacionados com a inovação. Os últimos resultados para Portugal mostram que:

1) Performance global fraca, com a maior parte dos indicadores abaixo da média europeia, sobretudo no que diz respeito à educação e aos recursos humanos qualificados.

A situação de Portugal em relação aos restantes países da UE (que eu classificaria como má) é a seguinte:
indices de inovação

O relatório de 2005 aponta vários problemas e apresenta soluções que devem ser implementadas para os resolver. Quanto ao relatório anual para o RU, mostra que a inovação deles afinal está de muito boa saúde.

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