3.06.2006

Óscares e Filmes

oscar
Vi de enfiada Brokeback Mountain e Crash há uns dias atrás. O Coelho-Homem já está na calha para ser visto há uns tempos ou não fosse eu fã de Nick Park. Os outros dois que pretendo ver - Capote e Good Night and Good Luck - ficam para 2as núpcias. Capote porque tem P.S.Hoffmann finalmente num papel principal a mostrar o que vale e a encher o écran. Os papeis principais não vivem só de caras bonitas. Good Night porque o tema interessa, o enredo parece bom e o preto-e-branco cai que nem uma luva.

Sobre os vistos congratulo-me com a vitória de Crash sobre Brokeback. Brokeback não passa de um filme bem feito com belas paisagens e um tema actual que merece divulgação e debate - a homossexualidade. Mas as paisagens e os cowboys não são John Ford's e a história de amor não valeria um chavelho se fosse hetero. É cosido com guitas e inverosímil: Alguém se consegue apaixonar por uma pessoa que não conhece ao fim de meia-dúzia de dias de isolamento numa montanha? Alguém concebe uma história de amor em que a intimidade e o romance se cifram num beijo violento e mal dado e numa cena de sexo rápida e à bruta sem ternura nenhuma? Eu não!
Mas compreendo perfeitamente que o drama das personagens toque muito fundo todos aqueles que já sofreram na pele as dificuldades de viver neste mundo e ser homossexual.

Sobre Crash, há a dizer que não perdia nada sem algumas cenas que parecem concessões. O enredo é muito bom, as personagens e os actores também. Don Cheadle e Tandie Newton estão brilhantes. O filme começa muito bem e assim segue até meio:
Quando estamos mal dispostos preferimos culpar os outros a reconhecer os nossos erros e para agredir outrém vale tudo, o que estiver mais à mão ou o que fizer mais mossa; neste caso diferenças raciais. Crash depressa nos mostra como somos completamente ignorantes em relação aos outros: Um persa e um àrabe não são a mesma coisa; Um chinês e um vietnamita não são a mesma coisa...e como é complicado ser intolerante, ser permeável a estereotipos e viver neste mundo.
Há um preto rico que embranqueceu, Há um preto ladrão que quer ser mais preto que os pretos, Há um polícia novato que quer ser Bom e há uma data de gente que só quer que os deixem Ser.
Passada a primeira metade do filme lá começamos a perceber que os personagens afinal não são monstros, são apenas humanos e co
mo tal muito falíveis. Lá para o final do filme percebemos que ninguém está imune.
Depois há dialogos fantásticos como quase todos os que decorrem entre Peter e Anthony, os 2 jovens delinquentes pretos; ou o que decorre entre Rick e o seu acessor sobre o medalhado iraquiano chamado Saddam.
Dispensáveis, dispensáveis, são a pirosa cena em que o hipercanastrão Matt Dillon é filmado em pose de herói contra um céu azul com um carro de bombeiros em fundo e a sequência do carro incendiado e do salvamento da mulher-Christine- que antecedem essa; o episódio final lamechas em que Don Cheadle desenterra o santinho com o pé; e grosso modo o facto de tudo acabar mais ou menos bem. Fosse este um filme europeu e a coisa acabava mal de certeza, mas os norte-americanos são gente optimista e cr
édula.

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