10.06.2005

Portugal Desenvolve-se? II

Uma vista de olhos rápida pelas estatísticas recentes do Eurostat, permitem ver que evolução teve o nosso país recentemente. Comecemos pelo investimento (público+privado) em % do PIB em ID (investigação e desenvolvimento). No gráfico abaixo compara-se Portugal com outros países e com a média na união europeia (UE).


Portugal fica-se por uns míseros 0,79%. As dinâmicas economias escandinavas que fazem parte da UE apresentam 4,27% e 3,51%. Os Estados Unidos investem 2.76% do PIB e a Alemanha 2,5%. Acrescente-se ainda que em Portugal este investimento é suportado em grande parte por dinheiros públicos ao passo que noutros países o sector privado é o principal investidor em ID.
Conclusão: Em Portugal ainda não percebemos que a Investigação e Desenvolvimento é um factor chave para uma economia competitiva. E os 3% da estratégia de Lisboa não parecem ser para cumprir.

Em relação ao mercado de trabalho de ID, os países escandinavos surgem também como líderes europeus. A Finlândia emprega 3% da sua população em actividades de I&D. Uma boa parte trabalha em grandes empresas. O paraíso de qualquer doutorado!
Portugal tem um mercado de trabalho de ID reduzidissímo, pior que nós na UE só o Chipre. Menos de 1 em cada 100 pessoas trabalha em ID em Portugal (0.77%). A divisão destes empregados por diferentes sectores em Portugal é confrangedora, como se vê na figura seguinte (BES- sector privado, GOV- Governo, HES- Instituições de educação universitária, PNP- Organizações com fins não lucrativos):


Em Portugal as universidades são os grandes empregadores. Nos colossos industriais europeus (Alemanha, Itália, França e Reino Unido), que são responsáveis entre outros por 70% da indústria química europeia, o sector privado emprega uma fatia muito maior de pessoas, com o Reino Unido à cabeça com 90%.

Olhando para as estatísticas regionais europeias verifico que são muito poucos os países que têm regiões com elevada densidade de indústrias e de investigação em alta tecnologia. No top das regiões high-tech surgem 13 regiões alemãs, 3 finlandesas (provavelmente as únicas onde se consegue trabalhar sem ficar gelado), 3 francesas, 1 holandesa, 4 suecas, 1 do reino unido e 1 italiana. Estas estatísticas usam como base o investimento regional em I&D e o número de empregos regional em I&D.

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