6.23.2006

Rapé

smokeless tobaco

O rapé, outrora uma moda, caiu em desuso entre nós. Era um tabaco não fumável que se metia no nariz (era snifado) ou noutras versões punha-se na boca junto às gengivas. Depois de algum tempo era retirado e deitado fora. A nicotina era absorvida e passava rapidamente para a corrente sanguínea. A versão para o nariz era composta por tabaco completamente seco ao qual se podiam juntar aromas (mentol, cânfora) ou torná-lo mais doce ou salgado. A manipulação do pH por parte dos fabricantes tinha um efeito directo na velocidade com que a nicotina era absorvida (um pH básico acelerava a absorção da nicotina). A versão para a boca era um tipo de tabaco húmido e pastoso, com pelo menos 45% de humidade. Esta versão não deve ser confundida com o tabaco para mascar que era feito a partir de folhas inteiras de tabaco curadas e pouca ou nenhuma aromatização tinha.

Conhecido em inglês por snuff e nas linguas nórdicas por snus ou snoose (a raiz do nome é a mesma do verbo to sniff) o rapé na versão para a boca continua a ser extremamente popular na escandinávia. Apresenta-se em caixas cilíndricas de plástico e pode ou não vir embalado em doses individuais. A minha primeira experiência com um snus sueco foi com uma dose de qualidade extra strong. O resultado foi que 2 minutos depois estava como se tivesse bebido meia garrafa de vodka puro. Retirado o snus da gengiva consegui recuperar passados uns 15 minutos. Portanto se se quiserem inicar recomendo uma qualidade mild mesmo para fumadores inveterados. Actualmente consumo Ettan light em porções. Existem variedades para todos os gostos do tradicional a aromatizados com café, limão e licores.

A versão sueca apresenta um método de cura do tabaco diferente do tradicional. Foi sujeita a vários estudos epidemiológicos e verifica-se que apresenta uma taxa de incidência de cancro muito baixa. Uma das razões é o facto de não ser fumado portanto não gerar nitrosaminas, alcatrão e outros carcinogéneos presentes em cigarros e não ir nada para os pulmões.
O rapé, com um custo médio por caixa de 2 €, parece ser uma boa alternativa para os fumadores que não querem ou não conseguem deixar o tabaco mas têm de cumprir as leis antitabágicas actuais. No entanto a União Europeia decidiu proibi-lo fora da escandinávia. Uma lei totalmente estúpida com base em proteccionismo descarado a um conjunto de produtos alternativos. Mas graças ao livre comércio online já não temos de apanhar o avião para ir comprar tabaco. Lá em casa estavam fartos, eu ia comprar tabaco e voltava 2 dias depois! Agora compro o meu em buysnus.com (sem pretender fazer propaganda).


6.19.2006

Mundial de Futebol

Os jogadores de futebol são dos profissionais mais bem pagos do mundo. Assim sendo não se compreende o pendor para a piroseira. Os srs. abaixo pontificam em várias equipas presentes no mundial de futebol 2006. Não terão eles dinheiro para ir a um cabeleireiro decente?

world cupworld cup playersworld cup winner

world cup germanyworld cup spain

soccer picsworld cup picsworld cup brazil


Mas ainda há pior. Existem jogadores que não têm dinheiro para fazer uma plástica... e são frequentemente confundidos com foragidos do Júlio de Matos. Faça-se já uma recolha de fundos para operar os seguintes srs. (atente-se no aspecto trissómico do 1º individuo, no carreiro de formigas por cima do lábio do 2º, na fisionomia de tubarão martelo do 3º, na acentuada assimetria facial do 4º). Não contentes com o facto de serem horríveis todos eles decidiram vincar bem essa fatalidade da vida com cortes de cabelo ainda mais horríveis e que passaram de moda nos anos 70, portanto no século passado.

world cup USAworld cup germanyworld cup england

world cup argentinaworld cup
world cupworld cup photosworld cup movies

E por fim surgem os casos gravíssimos dos que não têm dinheiro para fazer a operação de mudança de sexo

world cup world cup

E selecções de países tão pobres e com tão pouca população que para conseguirem 11 jogadores tem de recorrer aos cidadãos deficientes
world cup

E por último as excepções: Cabelinhos à maneira que nem na linha se vêem
world cupworld cup


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6.13.2006

Traduzir

Ao longo dos tempos tenho usado uma série de ferramentas de tradução que deveriam supostamente tornar o meu trabalho mais fácil. Mas apesar dos inúmeros avanços feitos em ferramentas de tradução automática, ao nível do contexto e da síntaxe, mesmo os melhores produtos continuam a ser apenas sofríveis.
Durante muito tempo usei o Systran e como já estava pelos cabelos decidi experimentar o Babylon - que apregoa a possibilidade de construir e partilhar com outros utilizadores bibliotecas construídas. Precisamente o que me interessava para termos técnicos de química, biologia, medicina e engenharia em geral. Barrete, porque não há qualquer biblioteca em português disponível!
A apregoada capacidade de aprendizagem do programa também não funciona nada bem, tal como no Systran também já não funcionava. Pior, o Babylon tem uma janeleca minúscula que não permite traduzir páginas inteiras de uma vez e precisa de estar ligado à net para fazer o trabalho, a menos que queiramos descarregar gigas e gigas de dicionários para a nossa máquina. É tão estúpido que não deixa descarregar apenas os dicionários das 5 linguas que me interessam nem permite usar os de inglês e português que eu já tenho instalados.
É ridículo mas quem pensou este produto pensou-o certamente para americanos estúpidos que querem traduzir e-mails de 5 linhas e páginas web. Que tal pensarem em profissionais....

Mas o que me deixou mesmo à beira de um ataque de fúria foi a bela tradução abaixo:



babylon translate

- É caso para dizer: ##$%&/**#$%&&!"@** (censurado!)


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6.08.2006

Captcha

captcha

Captcha é aquele teste muito chato com uns caracteres distorcidos que temos de ler e escrever num campo para poder ter permissão para fazer certas coisas na net, como por exemplo escrever comentários neste blog. O objectivo é saber se somos mesmo uma pessoa ou se somos uma máquina que está programada para enviar spam em grandes quantidades. A ideia subjacente é que uma máquina não pode reconhecer caracteres apresentados como imagem que têm uma distorção e uma variação cromática elevadas que os torna bem diferentes do conjunto de pixeis que o computador identificaria por OCR como letras e números. O computador não tem capacidades cognitivas visuais.

Captcha é um acrónimo de Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart. Trata-se portanto de um controle de acessos através de um teste de Turing inverso. Inverso porque no teste de Turing (descrito num artigo publicado por Turing em 1950 intitulado “computing machinery and intelligence” e disponível para download) era um humano que tentava distinguir se estava a dialogar com uma máquina ou outro humano. O teste de Turing levanta questões profundas do ponto de vista matemático, tecnológico, filosófico e até teológico (As máquinas pensam?)

Ironicamente as letrinhas distorcidas são geradas por computador, embora não possam depois ser reconhecidas por ele. Os algoritmos variam e as implementações também. Uma série de links para implementações em várias linguagens está na Wikipedia. A maior parte são de acesso livre. Ainda não existe é um algoritmo que consiga fazer o inverso. Isto é permitir que uma máquina interprete correctamente os caracteres distorcidos. Obviamente quem conseguir desenvolver um algoritmo destes tem garantido um futuro radioso e uma carteira cheia. As tentativas com mais sucesso até agora são feitas com redes neuronais (um tipo de algoritmo que “aprende” através de exemplos).

Quem não está pelos ajustes com o CAPTCHA são os invisuais e pessoas com daltonismo acentuado que em muitos casos não têm como alternativa um CAPTCHA de audio (o blogger tem-no, mas outros sites não).

Links:

Serviços de CAPTCHA grátis

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6.07.2006

Aqui há gato!



Uma interessante
base de dados das espécies píscicolas nacionais está online. O link para a Carta Piscícola Nacional (CPN) chegou-me via ContaNatura. Contém um volume de dados razoável em termos de espécies e de localizações e parece ser da responsabilidade do Ministério da agricultura. Estranho e anómalo é o site ter a indicação de “ acesso restrito”. O estado ainda não percebeu que este tipo de informação é para ser pública.

Apesar de não ter mapas com as coordenadas geográficas, em relação às espécies mostra uma ficha completa com vários dados e uma fotografia que me pareceu cientificamente correcta.

Decidi consultar a CPN para ver o que diz sobre as espécies encontradas no Alqueva.

Foi que me dei conta de que a programação do sitefeita pelas empresas Fluviatilis e Udixite- tinha sido feita às três pancadas. E parece que no ministério ninguém deu conta. As frases:

Mostrar espécie info”; “valido” por válido; “espécies neste localização (sic) são 3 das frases que saltam logo à vista como aberrações programadas por alguém que não fala português. Segue-se a localização apresentada como “Guadiana Guadiana Barragem Alqueva” – para quê 2 vezes a palavra Guadiana. Também bastante estranho é a referência bibliográfica mais citada para todos os peixes que consultei: “Atlas y Libro Rojo de los Peces Continentales de España” – Mau! Querem ver que o levantamento foi feito na bacia do Guadiana mas do lado espanhol...

Consultadas as páginas das 2 empresas que fizeram a base de dados e o site verifico que a fluviatilis é uma empresa com meia-dúzia de empregados que são todos biólogos pelo que deduzo que é responsável pelos conteúdos, que são bons. No site da outra empresa não têm qualquer informação sobre outros trabalhos feitos. Parece um site de uma empresa de vão de escada localizada em Leiden, nem por acaso a cidade de onde é oriundo um “colaborador” da fluviatilis. Isto quer dizer que é uma empresa constituída para fazer este trabalho, sem qualquer experiência prévia? Quem adjudicou o serviço a estes fulanos? Eis senão quando desvendo o mistério. No Alqueva há Gato. Peixe-Gato!


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Pesquisas Etanólicas




Pesquisas feitas este mês no meu Blog via Google:


  • "trabalho dos putos aos plasticos e os polimeros"
  • " O verdadeiro maior felino"
  • "Cher"

Há gente neste mundo com problemas muito muito graves....

6.06.2006

A Corja

germany soccer


O corporativismo malévolo instalou-se em algumas classes profissionais portuguesas após o 25 de Abril. Dos todos poderosos médicos aos magistrados passando pelos farmacêuticos e pelos professores assistimos a coisas impensáveis que são defendidas pelos sindicatos destes Srs. São os magistrados com 3 meses de fériasque acham bem e querem manter, são os farmacêuticos que não querem concorrência nem farmácias com proprietários que não sejam licenciados em farmácia e por fora...

A última novidade surge nem por acaso no dia 6-6-2006 – The number of the beast- a FENPROF, personificada pelo inenarrável e sinistro Sucena que manda neste sindicato à 100 anos vem a terreiro dizer que não quer alterações no Estatuto da Carreira Docente dos professores de liceu. Atenção não vem dizer que não concorda com algumas alterações propostas, vem dizer que não quer alterações. E como sempre escolhe as piores formas de o dizer. São comunicados unilaterais que nem em regimes como Cuba se vêem hoje em dia. São acusações e ofensas ao governo. São ordens encapotadas como se pode ler num e-mail que circula pelas escolas em que se “apela” à demissão dos conselhos executivos das escolas. Nunca se ouviu uma ideia construtiva vinda deste sindicato!

O que está em jogo é que os professores sejam avaliados no seu desempenho a ensinar e quando são contratados pela primeira vez. Ora estes Srs. não querem ser avaliados porquê? Quem não deve não teme.

Com a avaliação deixávamos de ter incompetentes a ensinar os nossos filhos. E os que estivessem no sistema ou melhoravam o seu desempenho ou não saiam da cepa torta. Não me chegam os dedos das mão para contar os incompetentes que me ensinaram no liceu. Entre os que faltavam dia sim dia sim e os que sabiam menos da matéria do que eu, tive certamente mais de 20 em 8 anos de ensino. E havia consequências para estes Srs. em termos de carreira ? Não.

É por isso que apoio inteiramente a decisão do ministério da educação em avaliar os professores e controlar o acesso à carreira através de um teste para seleccionar os mais aptos. Na última década têm entrado na carreira pessoas sem os conhecimentos mínimos para ensinar. Isto devido à perniciosa decisão das universidades de província, sedentas de atrair alunos para os seus cursos de ensino às moscas, de inflacionar as notas dos alunos. É agora vulgar que um recém licenciado em ensino de física e química com média de 18 não tenha conhecimentos básicos destas áreas científicas nem de matemática. São estes os futuros professores? Qual a capacidade de um licenciado deste calibre para ensinar?

Também concordo que deva existir uma componente de avaliação dos professores externa. Até agora subiam na carreira por antiguidade e quando havia alguma avaliação esta era feita por colegasOu seja a progressão na carreira nunca foi feita por mérito. Mas acho duvidoso que esta avaliação possa ser feita pelos pais dos alunos, porque eles não assistem às aulas. Obviamente não concordo mesmo nada com as “razões” apresentadas pela Fenprof para os pais não poderem avaliar os professores. Dizem eles que os pais não são competentes para o fazer nem têm formação para isso. Completamente errado. Qualquer pai é competente para avaliar o desempenho profissional de um professor do seu filho mesmo se for um pai analfabeto. Ele sabe se o filho está ou não a adquirir conhecimentos, se tem hábitos de trabalho àquela disciplina e se tece louvores ao professor ou não.

Pessoalmente penso que a partir do 10º ano essa avaliação pode ser feita pelos próprios alunos. Aos 16 anos têm maturidade para fazer uma avaliação objectiva.

A ministra da educação apareceu 2 ou 3 vezes no canal SIC Notícias em conversa com aquele excelente pivot que é Mário Crespo. Nas 2 vezes em que a vi achei que a Sra. era brilhante. Inteligente, dialogante, com ideias, com vontade de resolver problemas e sem medo de mexer em poderes instituídos. Quando tomou posse começou logo por resolver penosos problemas que se arrastavam à anos - O problema do professor saltitante (que todos os anos era colocado num sítio completamente diferente) e o problema do fungagá nas colocações (saiem quando saiem, têm mais erros que coisas certas). Pena é que nos canais de sinal aberto eu nunca a tenha visto nas notícias. Em vez disso vemos os sindicalistas dos professores... Serviço Público?!

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