12.21.2005

Cavaco – Soares

cavacosoares
Eczema moral, foi como fiquei depois de ter assistido ao debate entre os dois principais candidatos presidenciais ontem à noite. Descartada a hipótese de votar em Louçã ou Jerónimo por incompatibilidades ideológicas. Descartada a hipótese de votar em Alegre porque trovas leva-as o vento, resta ouvir o que os restantes candidatos, ambos com um percurso político marcante, têm a dizer-me.

Cavaco, esteve igual a si próprio, hirto como uma tábua, sem presença, sem conversa, sem à vontade, deixou Soares dominar o debate limitando-se a tentar defender de forma deficiente os ataques do adversário. No fim não ficámos a saber quase nada do que pretende fazer se for eleito em relação seja ao que for.
Soares, de bochechas de buldogue descaídas, uma tosse de terceira idade, esteve sempre a mandar farpas, sempre a mandar farpas. Todo o debate a mandar farpas. Com a conivência dos entrevistadores de serviço que o deixaram conduzir o debate. Na segunda parte entusiasmou-se e descambou mesmo para o insulto ordinário. Não ficámos a saber mesmo nada do que pretende fazer se fôr eleito.

É isto que queremos para presidente da república portuguesa?

-Um grunho com a bagagem cultural de uma lesma que nem se consegue defender a ele mesmo num mero debate com um oponente? Como é que este tipo vai defender os nossos interesses a nível internacional?
-Um grunho adepto da traulitada rasteira que fala em dialogar e no papel moderador do PR mas é incapaz de diálogo e moderação quando lhe dão rédea solta? Como é que este tipo se vai comportar quando as coisas não estiverem a correr como ele quer, vai recorrer ao insulto, à intolerância, à arrogância?

O debate não serviu para elucidar os votantes de nada. Verdade seja dita, alguns nem queriam ser elucidados… uma olhadela rápida pelos jornais diários revela-me que as telenovelas da TVI tiveram o dobro do share do debate… Os cães ladram e a caravana passa!

12.20.2005

Aldrabices Tecnológicas Online

Aldrabices tecnológicas encontradas à venda na web:


  • ozoneUm gerador de Ozono apresentado como purificador do ar. O site desta empresa tenta vender um aparelho que dizem gerar ozono. No mesmo site é dito que o ozono é muito bom para purificar o ar. A verdade é que o ozono é um poluente perigoso que pode provocar graves problemas respiratórios. O ozono presente na troposfera, a camada da atmosfera em que nós vivemos é um componente do chamado smog fotoquímico. O único sitio onde o ozono é preciso é lá em cima na estratosfera, a camada 10 a 50 Km acima da terra onde a função da camada de ozono é absorver raios ultravioletas nocivos que provocam entre outros problemas o cancro da pele.
  • ozoneEquipamento electrónico metafísico. A introdução deste site é tão ridicula que não se percebe se estão a gozar connosco ou não: " imagine uma ferramenta que lhe permite aceder a diferentes níveis de existência....que lhe pode dar capacidades psiquicas tais como visão remota, viagens fora do corpo, curas através de energia psiquíca...". A empresa vende coisas com nomes lindos como o "Ressonador de energia astral Omega" e o "Projector de energia astral terceiro olho".
  • Um fulano que procura investidores para financiar uma empresa para produzir diamantes sintéticos criados a partir de um reactor pulsado de plasma. Sem entrar em detalhes: é uma grande aldrabide!
  • Um aparelho que torna as pessoas imortais. O Sr. Chiu, um chinês que se diz judeu, patenteou uns aneís da vida eterna que se colocam nos dedos e conferem imortalidade a quem os usa. Ah, e ainda matam as bactérias.

Presépio Vivo


Alguém os mate por favor!

12.19.2005

Post(ais) de NATAL

natal

natal

natal


Hazard Cards


bhopalentre-os-rioschernobyl

Em Português bem podiam chamar-se as cartas do azar. Porque é de azares que se trata e não de potenciais perigos. Perigo era antes do azar ter batido à porta.

Trata-se de um jogo de cartas com acidentes tecnológicos criado por investigadores dinamarqueses do Learning Lab. Pode jogar-se online ou comprar um baralho real. Ainda há a possibilidade de criarmos as nossas próprias cartas com "acidentes à espera de acontecer". Vou já a correr tirar fotos à refinaria de Matosinhos...


Portugal marca presença com uma carta referente à queda da ponte de Entre-os-rios. Nada que se compare a um Bhopal, um Seveso ou um Titanic.


Nanook , o esquimó

nanook

Nanook, o esquimó é um filme de Robert J. Flaherty feito em 1922. É considerado o pai dos documentários por ter sido a primeira longa metragem da história do cinema a apresentar este tipo de abordagem. Contudo não pode ser verdadeiramente considerado um documentário pois a maior parte das cenas do filme apesar de mostrarem o quotidiano esquimó foram encenadas para a câmara. Flaherty com o seu interesse etnográfico e o desejo de registar o que o rodeava transformou-se de explorador e prospector profissional em realizador. Neste filme são de realçar as dificuldades técnicas de filmar no árctico com apenas 2 câmaras arcaícas que resistiram bem à humidade e a película usada que realça os azuis.

O filme retrata a vida de uma família verdadeira de esquimós ao longo de um ano com filmagens in loco do seu duro dia-a-dia. A caça, a pesca, as migrações, o comércio de peles, a construção de igloos e todas as dificuldades da vida sem tecnologia de 1922 num clima extremo como o do árctico são-nos mostradas nos 79 minutos que dura o filme. A preto e branco e com intertítulos seguimos a família do espontâneo Nanook– o pai, as suas 2 mulheres e os 2 filhos, um deles bebé, nas suas deambulações. Ficamos a saber que pescar à mão com um arpão exige destreza, que os salmões depois de pescados são mortos à dentada, que os esquimós da altura comiam foca crua, que por baixo das roupas feitas de pele estavam nús (incluindo o bebé que não apresenta nada que se pareça com uma fralda), que uma canoa pequena leva muita gente fora de vista, que se podem construir igloos só com um facão e que as tempestades para aquelas bandas podem matar mesmo quem é muito experiente.

O filme foi rejeitado por vários distribuidores mas quando estreou revelou-se um sucesso de bilheteira estrondoso. A curiosidade do público foi espicaçada pelo facto de Nanook ter morrido meses depois de terem terminado as filmagens. Morreu de fome. Encontrar comida onde nada cresce é um caso de vida ou de morte.

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A matemática do Sudoku

A matemática do Sudoku num bom artigo da American Scientist Online (se descontarmos o tentarem dizer que o inventor do Sudoku era americano).
Contém respostas a questões que aqui deixei noutro post sobre estes puzzles há uns tempos.


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12.15.2005

Adrenalina dos Tempos Livres


adrenalina
Para ocupar os seus tempos livres existem os desafios mensais da IBM, os puzzles Sudoku de borla, enfeitar o exterior da sua casa com luzes e enfeites de natal parolos e os riquexós da Maximus. Mas para quem procura desafios mesmo radicais só uma hipótese:
Ir a um supermercado Lidl de preferência um localizado na província. Nada iguala esta impar experiência sociológica!


Antes de ir vista uma roupa velha e pouco vistosa. Começe por tentar evitar os junkies conservados em ácido cítrico que tentam extorquir-lhe dinheiro pondo-se no preciso local onde você pretende estacionar o carro enquanto agitam um jornal enrolado numa das mãos. De seguida evite mais um enxame de carbúnculos que pedincha na porta da entrada (todos padecem obrigatoriamente de uma qualquer maleita aleivosa).
Uma vez lá dentro tente abstrair-se da existência de pessoas que só conseguem comunicar por meio de gritos (o cliente tipo do Lidl é surdo como um portão de quinta), tente evitar carrinhos cheios até às orelhas de grades de bebidas transportados por fulanos de bigode farfalhudo e pança rotunda, desvie-se de fulanos de ar sinistro que compram vários jogos de facas de uma só vez, tente ignorar o cheiro a catinga ucraniana, a pés que tem horror à agua e pessoas cujo nome é Vánessa.

A minha aventura radical deste semestre incluiu fintar eficazmente no corredor 1 um exemplar de Homo sapiens de salto alto agulha e fato de treino adornado com rosetas vermelho-sangue de blush nas bochechas. No corredor 2 contornei um exemplar de Neanderthal perfumado com essência de ETAR (definitivamente só com tratamento primário de certeza). No corredor 3 não consegui contornar um carrinho contendo uma criança de cerca de 5 anos com uma máscara cirúrgica na cara- Voltei logo para trás. Na minha família já tivemos o nosso share de infecto-contagiosas obrigado!

E antes que alguém diga que isto se parece com a crónica de alguma festa em Marrocos escrita por uma qualquer socialité, avanço já que todo o povo estava alegre e completamente integrado no ambiente. Eu é que estava ali a mais!

No fim, quando pensava já ter superado todas as provas, ainda tive de fazer uma escolha acertada da fila para pagar. Falhei rotundamente! Apesar de ser a fila com pessoas com menos mau aspecto tive de gramar 3 minutos de olhares lascivos de um paquiderme seboso que veio comprar uma dezena de sacos de ração para cães. Tinha todo o ar de virar lobisomem à noite, após jantar a sua ração!

12.14.2005

Atrai ... Repele...


magneto

O simpático disco acima é um íman de neodímio. Tal como os ímanes normais este também atraí metais, a diferença é que este é extremamente potente. 2 ímanes como o da foto podem partir-se ao embaterem um contra o outro ou partir dedos que encontrem pelo caminho quando se atraem. Qualquer objecto metálico solto que esteja a menos de 50 cm de distância destes magnetos voa literalmente na sua direcção. Sendo extremamente potentes o campo magnético pode dar cabo de tudo o que seja drives de computador, monitores, cartões com banda magnética, relógios, leitores de video e etc... Se procurava o presente ideal para dar a alguém por quem tem um ódio de estimação já encontrou!


diamagneto

Os 2 cilindros acima são feitos de bismuto, um material fortemente diamagnético (repele campos magnéticos). Com estes cilindros e dois pequenos cubos de neodímio é possível fazer experiências caseiras de levitação magnética. Na foto tenta-se atrair os 2 cubos de neodimio entre si ( o segundo cubo está fora da foto), mas um dos cubos tem o caminho obstruído pelos cilindros de bismuto. O resultado final quando se consegue um equilíbrio de forças é a levitação.

Para além das brincadeiras caseiras acima e de uns globos com o mapa do mundo que levitam e se vendem por aí, estes efeitos têm aplicações práticas. A mais conhecida é provavelmente a levitação magnética em comboios (MAGLEV). Os comboios MAGLEV levitam sobre os carris e deslocam-se sem um motor convencional, apenas com base no campo magnético. Estes podem atingir velocidades de 500 Km/h, o equivalente a um avião. A China é o único pais mundial que já tem uma linha MAGLEV a funcionar. Os custos envolvidos nesta tecnologia de ponta são elevadissímos, por isso nem o Japão nem a Alemanha, os dois países que têm vindo a desenvolver esta tecnologia têm nenhuma linha comercial MAGLEV. O Japão tem uma linha de testes.

Respondendo à pergunta de um amigo meu: É possível pôr uma pessoa a levitar com este efeito?
- Sim em teoria, mas os campos magnéticos envolvidos teriam de ser muitíssimo elevados o que iria causar outros problemas. Mas no passado, já se puseram pequenos animais (sapos) a levitar.

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12.12.2005

QI e Genes

Inteligência – Capacidade do ser humano que se traduz por pensar racionalmente, lidar de forma eficaz com o meio que o rodeia e actuar de acordo com um objectivo. Dito de outro modo - capacidade de executar tarefas cognitivas.

A inteligência pode ser medida através de testes que determinam o QI (Coeficiente de Inteligência). O QI da população mundial assume uma distribuição gaussiana traduzida pela figura seguinte. Isto que significa que, no mundo, a maioria das pessoas tem um QI de 100 e que para QIs acima ou abaixo de 100, o número de pessoas com esse QI diminui à medida que o valor do QI se afasta de 100. Assim, por exemplo se escolhermos ao acaso um individuo qualquer, a probabilidade de essa pessoa ter um QI maior que 145 ou menor que 60 é muito baixa.

curva de qi

Qual a razão de uns indivíduos serem mais inteligentes que outros? A crença geral é que se trata de uma herança genética. Mas será mesmo assim?

Foram feitos vários estudos* sobre a inteligência envolvendo indivíduos pertencentes à mesma família (geneticamente semelhantes). Os resultados mostram que há uma forte correlação entre a inteligência e a herança genética dos indivíduos:

relacao QI genes

Mas noutros estudos** em que se analisou a influência do meio exterior na inteligência os resultados mostram que existe uma correlação entre a inteligência e o meio. Factores como poder frequentar uma escola, poder nutrir-se de forma adequada ou ter acesso a experiências ocupacionais complexas influenciam o QI. Por ter havido uma melhoria destes factores ao longo dos tempos verificou-se que o QI médio mundial ao longo do século XX aumentou em média cerca de 3 pontos por década:

evolucao do QI

A inteligência depende portanto quer da herança genética do individuo quer das interacções com o meio exterior.

Mas a inteligência nem sempre é muito importante. Atente-se no seguinte:

A pessoa mais inteligente do mundo é actualmente Marilyn vos Savant com um QI de 228. A Sra. Savant deixou o curso universitário a meio e dedicou-se à escrita. É autora de vários livros e artigos mas é mais conhecida por escrever uma coluna semanal na revista Parade em que responde a qualquer desafio que lhe coloquem. Ficaram célebres as suas controversas respostas a questões relacionadas com o teorema de Fermat. Para além disso não se lhe conhecem quaisquer contribuições importantes para o que quer que seja!

George W. Bush, o actual presidente dos Estados Unidos, responsável por decisões que afectam milhares de pessoas, não precisou de ser uma mente brilhante para chegar a presidente (o que não implica que não lhe faça falta!). Tem um QI de apenas 91. Alguns dos seus antecessores eram pessoas mais dotadas: Clinton (QI= 182); Carter (QI= 176); Kennedy (QI= 174); Reagan (QI=105); Bush pai (QI= 99). Como em todas as pessoas, a inteligência de Bush filho é o resultado de uma contribuição hereditária e de uma contribuição do meio, que neste caso não deram o melhor dos resultados.

Referências:

*Feuerstein, R. (1980). Instrumental enrichment: An intervention program for cognitive modifiability. Baltimore: University Park Press.

*Herrnstein, R., Nickerson, R., de Sanchez, M., Swets, J. (1986). Teaching thinking skills. American Psychologist, 41, 1279-1289.

**Flynn, J. (1987). Massive IQ gains in 14 nations. What IQ tests really measure. Psychological Bulletin, 101, 171-191.

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12.09.2005

Fechado

Quando tiver portadas no meu castelo quero que sejam assim.

portada vermelha


Sem Ovos

A minha "Mood" hoje é ....Má.




Mas não tanto que se pareça com o estúdio que este Sr. tinha.

Arremesso


Mobile phone throwing championship 2005

Há de tudo neste supermercado de Deus!

Melhor só mesmo os concursos de carregar esposas às costas e os de natação em valas com lama.

A quantos metros conseguirei eu arremessar o meu Nokia?


12.06.2005

Rajada

Vai ler isto? Se tem problemas cardíacos não o faça!
Advertência: Baseado em factos reais. Não é um jogo de computador.



Quinta-Feira:
6:00 AM - Saltar em cima da tampa da mala para que esta feche. Demorar 1 Hora para carregar no carro toda a panóplia de inutilidades que pensamos serem necessárias para um fim-de-semana grande. Conduzir 500 km na monotonia da auto-estrada, só quebrada pelas belas obras que há lá sempre. Descarregar a tralha toda para dentro de uma casa que dada a minha ausência prolongada se tornou num hotel para formigas. Aspirar raivosamente formigas. Ir comprar algo que se coma à única coisa aberta no feriado - um hipermercado – Por sinal também cheio de formigas; formigas humanas com sorrisos consumistas estampados na cara e carrinhos cheios de caixas de brinquedos gigantescas. Pisar várias pessoas. Dar encontrões em várias outras. Sacudir o suor da cara. Voltar para casa. Aspergir os cantos onde os miúdos não chegam com veneno para formigas. Comer. Limpar algum lixo. Tomar banho. Algazarra - chegam amigos. Abre-se uma garrafa. Come-se uma peganhenta fondue de queijo. Beijos e abraços. Manada de amigos sai – Bagunça fica!

Sexta-Feira:
7:00 AM – Saltar da cama. Com alguma dificuldade conseguir sair de casa às 9:30 H. Conduzir 200 km até Évora. Ainda gozo a bela paisagem da Ponte Vasco da Gama. Mais à frente só torrentes de chuva e vento. Comer à pressa. Sentar o rabo numa mesa de reuniões. Meia-dúzia de engravatados deixa sair catadupas de blá blá da boca para fora. Um deles está tão fossilizado que o blá blá se transformou num mumble mumble inaudível. São como os candidatos à presidência, nenhum tem qualquer ideia útil e se tem guarda-a para si com medo das consequências se a disser. Tempo para uma saltada ao Açude. 3 Enchidos de porco preto e uma carteira vazia depois arranco outra vez para Lisboa. Pelo caminho tento alimentar-me com uma mão cheia de chocolates que saquei à socapa da despensa sem o resto da família ver. Mordo o primeiro, supostamente de chocolate preto amargo. Surpresa, é de massapão. Mordo outro, de laranja. Nova surpresa, também é de massapão! Uma caixa de chocolates que me foi oferecida por um amigo dilecto… Parece impossível. Ao fim de 15 anos de amizade ainda não sabes que eu ABOMINO massapão? Chegada a casa. Família de visita pendura-se toda no meu pescoço. Beijos pegajosos das tias velhas. Pomos a conversa em dia. Jantamos. Piram-se. Atiro-me pr’á cama.

Sábado:
Alvorada. É preciso ir fazer as compras de Natal. Odeio fazer compras. É uma tarefa boçal. Olhando para a lista que fiz tento escolher um sítio onde comprar rapidamente tudo o que é preciso. Opto por 2 grandes superfícies. Muitos saquinhos pendurados no braço e várias horas depois concluo que ainda falta metade da lista. Claro que nestes sítios nunca há as prendas personalizadas que eu gosto de dar. Arranco pr’ó Chiado. Parque do Camões: cheio. Parque da Império: cheio. 3 voltas ao Governo Civil: cheio. Praça da Figueira: completo com fila. Restauradores: completo com fila. Parece que não vou ao Chiado hoje! Indecisão: Corte Inglês ou Saldanha. Saldanha porque Corte Inglês deve estar a rebentar pelas costuras. Mais umas penosas horas. Arrasto-me para casa. Doem-me todas as juntas do esqueleto e ainda falta comprar 2 gravatas. Em casa há gente cheia de alegria e vitalidade: - He… sábado à noite, que tal irmos sair? - S…A…I…R?!! Nem penses!

Domingo:
Gravatas personalizadas e decentes é na loja X do Colombo. Para as comprar é preciso chegar lá antes do centro comercial estar tomado por volumosos cardumes de gente arrastando os bigórnicos pés pelos corredores e os olhos esbugalhados pelas montras. Às 10:03 H já estou a acelerar pela Lusíada fora. Constato que já se foi mais um salto de sapato ao ar. Descolado, mas pouco. Ainda aguenta. Os fabricantes de carros deviam pôr uns encaixes para os saltos debaixo dos pedais. Estúpidos, não sabem explorar nichos de mercado… Abicho uma sacada de coisas na Tema. Namoro o “The Complete New Yorker”. O namoro termina abruptamente quando vejo o preço. Procuro a loja X. 15 minutos depois, a triste realidade. A loja X já não existe. Trampa. Horror. Pânico. Onde vou arranjar gravatas decentes neste pardieiro? Entro e saio de umas 150 lojas entretanto já entregues a magotes de gente que esventra expositores e se abana com um cartão visa dourado para se aliviar do calor da fila para pagar. Todas as lojas têm a mesma coisa: repulsivas gravatas às riscas, às pintinhas nauseabundas ou com repugnantes bonequinhos. Ou uma última variante, gravatas monocolores brilhantes estilo pivot de noticiário. Lembram-me proxenetas de luxo grosseiros. O desespero alastra. A maquilhagem derrete. Opto pelo menos mau. Nem acredito que acabei de comprar 2 gravatas anonimérrimas. Enfim. Um monte de malas e sacos é atirado displicentemente para dentro da mala do carro. Comem-se umas sandes. Esperam-me mais 500 km de condução no percurso inverso. Comer. Dormir.

Segunda-Feira:
- Olá Bom-Dia! Então, fim-de-semana grande? Boa vida! É Só descansar!
- (... Querem ver que este gajo leva um estaladão...) Hum, Hum....


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