Inteligência – Capacidade do ser humano que se traduz por pensar racionalmente, lidar de forma eficaz com o meio que o rodeia e actuar de acordo com um objectivo. Dito de outro modo - capacidade de executar tarefas cognitivas.
A inteligência pode ser medida através de testes que determinam o QI (Coeficiente de Inteligência). O QI da população mundial assume uma distribuição gaussiana traduzida pela figura seguinte. Isto que significa que, no mundo, a maioria das pessoas tem um QI de 100 e que para QIs acima ou abaixo de 100, o número de pessoas com esse QI diminui à medida que o valor do QI se afasta de 100. Assim, por exemplo se escolhermos ao acaso um individuo qualquer, a probabilidade de essa pessoa ter um QI maior que 145 ou menor que 60 é muito baixa.
Qual a razão de uns indivíduos serem mais inteligentes que outros? A crença geral é que se trata de uma herança genética. Mas será mesmo assim?
Foram feitos vários estudos* sobre a inteligência envolvendo indivíduos pertencentes à mesma família (geneticamente semelhantes). Os resultados mostram que há uma forte correlação entre a inteligência e a herança genética dos indivíduos:
Mas noutros estudos** em que se analisou a influência do meio exterior na inteligência os resultados mostram que existe uma correlação entre a inteligência e o meio. Factores como poder frequentar uma escola, poder nutrir-se de forma adequada ou ter acesso a experiências ocupacionais complexas influenciam o QI. Por ter havido uma melhoria destes factores ao longo dos tempos verificou-se que o QI médio mundial ao longo do século XX aumentou em média cerca de 3 pontos por década:
A inteligência depende portanto quer da herança genética do individuo quer das interacções com o meio exterior.
Mas a inteligência nem sempre é muito importante. Atente-se no seguinte:
A pessoa mais inteligente do mundo é actualmente Marilyn vos Savant com um QI de 228. A Sra. Savant deixou o curso universitário a meio e dedicou-se à escrita. É autora de vários livros e artigos mas é mais conhecida por escrever uma coluna semanal na revista Parade em que responde a qualquer desafio que lhe coloquem. Ficaram célebres as suas controversas respostas a questões relacionadas com o teorema de Fermat. Para além disso não se lhe conhecem quaisquer contribuições importantes para o que quer que seja!
George W. Bush, o actual presidente dos Estados Unidos, responsável por decisões que afectam milhares de pessoas, não precisou de ser uma mente brilhante para chegar a presidente (o que não implica que não lhe faça falta!). Tem um QI de apenas 91. Alguns dos seus antecessores eram pessoas mais dotadas: Clinton (QI= 182); Carter (QI= 176); Kennedy (QI= 174); Reagan (QI=105); Bush pai (QI= 99). Como em todas as pessoas, a inteligência de Bush filho é o resultado de uma contribuição hereditária e de uma contribuição do meio, que neste caso não deram o melhor dos resultados.
Referências:
*Feuerstein, R. (1980). Instrumental enrichment: An intervention program for cognitive modifiability. Baltimore: University Park Press.
*Herrnstein, R., Nickerson, R., de Sanchez, M., Swets, J. (1986). Teaching thinking skills. American Psychologist, 41, 1279-1289.
**Flynn, J. (1987). Massive IQ gains in 14 nations. What IQ tests really measure. Psychological Bulletin, 101, 171-191.