I can see your house from here II

Depois do Google maps de que falei noutro post parto em busca do Keyhole. Um produto Google que esteve disponível em versão Beta no Google labs. Já lá não está mas descubro que se tornou num software chamado Google Earth que faz uso das mesmas imagens de satélite do Google maps.
Há uma versão freeware que instalo. Um bocadito exigente, deixa-me a placa gráfica a transpirar por todos os poros....
É fabuloso... Até tem o nome de azinhagas no cú de judas (o cú de judas existe é um sítio nos Açores mas eu não quero dizer literalmente). Navegação super fácil se estiver a mostrar o nome de localidades. Evita a seca de ter de seguir ao longo de auto-estradas à procura de pontos de referência. Mais resolução que no Google maps.

Mas o que é que o Google não tem????????????????

Fico a saber a latitude e a longitude das minhas casas com um erro de um cagagéssimo. E qual a sua área (aqui o erro é maior)..

Festivais de verão: Glasto 2005

Enquanto por cá comemos umas "coisas" que pomposamente são chamadas de festivais, como o Vilar de Mouros mais do mesmo, o Ermal do metal, SuperBock Supertanga, Optimus Só Hype e mais nada, Sudoeste Faroeste, Paredes de Coura da Lavoura e etc...
"Festivais" assentes num modelo estafado com bandas que já vieram 500 vezes a Portugal ou que estão na moda este ano e no próximo serão oblidadas."Festivais" feitos em sítios por vezes sem condições para receber e alojar milhares de pessoas, que deixam atrás de si resmas de lixo e de natureza destruída. O frequentador tipo do "festival" português continua a comer hamburgueres piolhosos, a beber a cerveja da marca que a organização lhe impinge e a comprar "artesanato" peruano à venda no local. Já era altura de evitarmos eventos destes, organizados por entidades que só vêm cifrões.

Pois como dizia enquanto nós comemos e gostamos disto porque somos masoquistas ali p'ra cima decorreu o festival de Glastonbury 2005: 100 mil pessoas pagaram o balúrdio de 125 Libras pelo bilhete de 3 dias. Os bilhetes esgotaram-se em 4 dias no inicio de Abril.

As diferenças entre o Glasto e um festival de verão português são abissais:

• O Glasto não é um festival de música é um festival de artes. Tem um cartaz que inclui circo, teatro, espectáculos e actividades para crianças (até aos 12 anos entram à borla e têm um espaço enorme dedicado), poesia, cinema, música...
• No Glasto pretende-se promover formas de vida saudáveis e ideais ecológicos bem como a diversão. Uma parte dos lucros do Glasto reverte a favor de organizações que trabalham por uma boa causa - este ano foram a Greenpeace, a Oxfam e a waterAid porque o tema do festival era a água. Várias organizações deste tipo têm stands com informação e merchandising dentro do festival.
• A comida e a bebida não se limitam a umas bifanas e alcool. Há um mercado ao ar livre onde se pode comprar tudo. Muitas das coisas directamente do produtor. Há todo o tipo de comida já cozinhada: vegetariano, chinês, indiano.... Na verdade pode comprar-se quase tudo no festival desde roupa e material de campismo até fraldas.
• Há n palcos com diferentes tipos de música e os cabeças de cartaz são verdadeiramente gente que vale a pena ouvir tocar, mas pelo meio há completos desconhecidos.
• Após a 1 da manhã não há barulho porque ... incomoda a vizinhaça. Mas há Silent Disco: Desligam-se as colunas mas cada pessoa tem uns auscultadores nas orelhas que debitam o som dos DJs de serviço- Genial!

Mas aquilo porque o festival de Glastonbury é verdadeiramente conhecido não existe em nenhum festival Português: A Lama!

Sem dúvida divertidissimo!

fotos da bbc

Decisões: ITER

Parece que a teimosia da França finalmente venceu os japoneses e o ITER (Internacional Thermonuclear Experimental Reactor) fica definitivamente na Europa. O ITER é um equipamento importantissimo para a produção de energia a nível mundial. Trata-se de uma "central" de produção de energia que faz uso da tecnologia de fusão nuclear (não confundir com fissão nuclear- tecnologia que é actualmente conhecida como "nuclear"). As vantagens em relação à fissão são enormes, a começar pela quase inexistência de problemas de poluição radioactiva, o grande problema das centrais nucleares actuais baseadas em fissão. Do ponto de vista teórico está cientificamente provado que é possível fazer uso da fusão nuclear para produzir energia. O ITER será o primeiro equipamento a comprovar isso na práctica.

O ITER que se prevê entre em funcionamento em 2015 é um projecto conjunto EUA, União Europeia, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul. É um equipamento muito muito caro e de grande interesse estratégico daí o consórcio incluir todos estes países. A sua construção tem sido atrasada até agora por discussões entre os países envolvidos no projecto por causa da escolha da localização. O Japão e a França eram os últimos paises com candidaturas ainda em discussão e nenhum deles queria ceder. Após 3 longos anos de discussão e fazendo cedências aos japoneses conseguiu-se trazer o ITER para a europa. Vai ficar em Cadarache, no sul de França. Numa zona onde se investiga e produz muito na área de microelectrónica. As cedências feitas aos japoneses ainda não são conhecidas do grande público mas é quase certo que 2 delas foram: A França arca com 50% do investimento. A próxima central será construída no Japão.

A fusão nuclear é considerada a tecnologia de produção energética do futuro. Teoricamente é uma fonte de geração de energia quase inesgotável.
No site oficial do ITER pode encontrar-se uma grande panóplia de informações técnicas e materiais de divulgação- Posters, filmes, imagens, Cds, etc. Incluíndo material de divulgação científica adequado a jovens que explica a ciência e a tecnologia por detrás do ITER. A newsletter da IAEA tem notícias sobre o projecto ITER: Site da newsletter da IAEA.

Atenção: O ITER não é uma central que vá produzir e vender energia ao consumidor. É uma central sobretudo para investigação. Pretende-se com o ITER optimizar as condições de produção de energia por fusão. Ainda estamos muito longe de dominar a produção de energia por este meio. A função do ITER é auxiliar-nos nessa tarefa. Mais tarde será construída uma central, essa sim para produzir e vender energia, esperando-se que produza 1000 MW e esteja operacional lá para 2040.

Música no Blog

A versão playlist já funciona no player ali ao lado (o player que diz em teste). A tocar:


1- Anthony & The Johnsons- "I am a bird now"- Free at last
2- Lydia Lunch - Gloomy sunday

Para a maior parte dos utilizadores tocarão as 2 faixas de seguida. Para alguns poderá ser preciso carregar no botão de play no final da primeira faixa para conseguirem ouvir a segunda.

Fazer o display de informações sobre o streaming é mais complicado. Gerar uma lista com o nome das faixas e a sua duração ou permitir a escolha das faixas a ouvir pelos utilizadores implica alguma programação ou em alternativa ir pelo caminho mais fácil (Shoutcasting). Escolho o mais difícil!

O player online continua no topo direito do blog ao lado da foto e por baixo do e-mail.

I can see your house from here

O Google maps já permite ver imagens de Portugal com uma resolução muito razoável. Não chega ainda ao pormenor que o Terraserver em tempos teve usando satélites russos- Conseguia-se ver a minha janela distintamente- mas já dá para ver o meu telhado. Em contrapartida é muito muito rápido a carregar as imagens e as fotos são mesmo deste ano tal como pude comprovar. O terraserver esse, é que desde que foi comprado pelo Gates nunca mais teve nada europeu de jeito. Só para americano...
Não percebi é porque é que não deixam copiar as imagens no Google maps. Se já lá está a referência à fonte escrita na fotografia...

As minhas casas em Pt: Uma a norte outra a sul.



E não, a minha não é das que tem piscina. Por razões ecológicas nunca terá.

Música no Blog

Tenho feito várias experiências para tentar colocar Jazz e música clássica (chama-se clássica mesmo quando é completamente contemporânea) no blog. O problema é o tamanho que os ficheiros rapidamente tomam quando tento que a qualidade sonora seja razoável. A obesidade dos ficheiros é um problema dado o meu espaço ser limitado no servidor que uso e o tipo de acesso de muitos dos leitores do blog.
Até conseguir arranjar uma solução (ou alguém sugerir uma) vamos continuar a ouvir música ligeira (chama-se ligeira mesmo quando é da pesada), mas pelo meio irei fazendo uma série de experiências. Portanto é normal se alguma coisa não funcionar devidamente!

Começando por inaugurar uma versão playlist no player com 2 faixas:

1- Anthony & The Johnsons- "I am a bird now"- Free at last
2- Lydia Lunch - Gloomy sunday

O player online continua no topo direito do blog ao lado da foto e por baixo do e-mail.

Habitar II

Tóquio, Japão.

Caracas.Venezuela.

Copenhaga.Dinamarca.

Guayas.Equador.

Priapiat.Ucrânia. A cidade fantasma que Elena visita no post sobre Chernobyl.

Santorini. Grécia.

Estocolmo. Suécia.

Antananarivo. Madagascar.


Selecção pessoal a partir de fotografias aéreas de Yann Arthus-Bertrand

Ão Ão

Um teste estúpido (por definição todos os testezecos existentes na web são uma parvoíce) numa página com um design magnífico dá resultados brilhantes!
Os britânicos são de facto os mestres do humor. Começa logo no título: Gone to the Dogs!


A visitar....

Nem sei que dizer do resultado. Gostei! Estava à espera dum serra da estrela mas como não tenho mais de 1,90 m....

António Damásio: Princípe das Astúrias

O português António R. Damásio foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica. O reputado neurologista trabalha em processos cognitivos cerebrais com particular enfase nos envolvidos na memória, nas emoções, na tomada de decisão e na linguagem. O seu trabalho de investigação em neurobiologia tem contribuido entre outros para a compreensão dos processos degenerativos envolvidos nas doenças de Parkinson e Alzheimer.
Ao longo da sua carreira ganhou inúmeros prémios entre eles o prémio Pessoa em 1992.

Nascido em 1944, licenciou-se e doutorou-se em Medicina em Lisboa. Damásio é actualmente director do departamento de Neurologia no centro médico da Universidade do Iowa, E.U.A onde ocupa a catedra M.V. Van Allen. Há rumores de que se mudará para a USC ainda este ano.

Escreveu vários livros muitos deles best-sellers de divulgação científica que foram traduzidos em várias linguas. Dos mais conhecidos destaco:

• O erro de Descartes (1994).
  
• Em busca de Spinoza (2003).

Links:
Entrevista dada em Harvard em 2001.
Entrevista ao AmericanScientistOnline.
Perfil de Damásio.

Habitar

Denver, Colorado. EUA. Subúrbio de classe média.

Lanzarote, Canárias. Espanha. Hotel.

Tahoua, Nigeria. Aldeia.

Shali, Egipto. Ruínas de citadela medieval.

Tóquio. Japão.

Aldeia, Quénia.

Seul, Coreia do Sul.

São Paulo, Brasil.


Selecção pessoal a partir de fotografias aéreas de Yann Arthus-Bertrand

Música: Beck - Guero (2005) XVI

A "integral" do album Guero do Beck edição especial Japonesa.
A tocar a faixa 17- Send a message to her (bonus track) - vai estar no player online (que está no topo direito do blog ao lado da foto e por baixo do e-mail) durante um dia. Findo este prazo estará lá a tocar outra música.

Travel: Ponte de Lima

Ponte de Lima continua a ser uma cidadezinha branca e bem cuidada. Nada de abortos arquitectónicos no centro histórico. Tudo limpo e arranjado. O património bem cuidado. A população continua simpática e confraternizava alegre numa feira do vinho verde junto ao rio. Comprei várias garrafas de Alvarinho em stands diferentes após fazer uma prova. Os enchidos é que não estavam bem representados. Tudo mal curado. Parece que agora tem pressa em esvaziar o fumeiro para meterem lá outro batch.

O estranho paralelepípedo dourado da foto abaixo é o arquivo municipal, entalado entre arquitecturas mais clássicas, este caixote com forma de burrito não choca antes enche o olho.

Em Ponte de Lima está tudo igual à última vez que lá estive:
Uma dose num restaurante continua a dar para umas 3 pessoas.
O estacionamento junto ao rio continua a ser gratuito e fácil.

Há coisas que não mudam e ainda bem.

Travel: Eco: Ponte de Lima: Lagoas

Com saudades dos parques naturais norte-americanos, uma das raras coisas que os EUA têm de muito muito bom, decidi aceitar o repto do Sargaçal e alcandorar-me a uma longa caminhada pelo parque das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, junto a Ponte de Lima (Minho). Trata-se de uma área de paisagem protegida em torno de 2 lagoas (as que lhe dão o nome) que se situam na margem direita do rio Lima a escassos quilómetros de Ponte de Lima. E porque me dá prazer partilhar algumas fotos convosco.
Há já muito tempo que sei porque é que a gente daquelas bandas vota no Campelo, aquele sr. do Queijo LimianoGate. E cada vez que lá vou tenho mais a certeza que nunca hão-de votar noutro e fazem bem. Ainda não tinha chegado a Ponte de Lima e já havia sinalização para as lagoas colocada em locais adequados. As placas de cor castanha são bem visíveis e dizem apenas "Lagoas".

O acesso é feito passando por cima do Lima e seguindo pela EN202. Quando já estamos muito perto a sinalização passa a ser mais detalhada e surge numas politicamente correctas tabuletas de madeira. Aí a direcção a seguir é a do "centro de interpretação ambiental", onde se podem arranjar mapas com os percursos, encher cantis e alugar BTTs entre outras coisas. Uma nota negativa - o centro de interpretação durante o fim-de-semana só abre às 14h30. Antes dessa hora nada de mapas!

O parque ocupa uma área de 350 ha mais que suficiente para passear à vontade sem encontrar gente a toda a hora. Tem vários percursos e rotas de duração variável bem delimitados- estão todos na página web. Apenas visitei a parte alagadiça- as lagoas e zonas de Paúl- e os bosquetes em volta destas. Nesta altura do ano e devido à seca bastante secos. Suponho que na primavera será ainda mais bonito. A zona das veigas ficou para outra visita.

A fauna inclui bicharada diversa -e.g. lontras, corças, javalis e raposas. O mais interessante que avistei foi um guarda-rios (um pássaro com plumagem azul forte) e vestígios frescos da passagem de um javali numa zona alagadiça.
Os binóculos que levei foram muito úteis para avistar aves (existem postos de observação escondidos que estão assinalados nos mapas). Já a algazarra que os meus acompanhantes fizeram durante todo o tempo foi contraproducente ..... E ter de alancar com a minha "saca de batatas" privada às costas durante vários Km. Que insistia em tirar o chapéu da cabeça a cada passo e em cantar alto e bom som afugentando tudo e todos. Até o Óbelix é mais cuidadoso quando anda na floresta.


Há anos que não via tantas borboletas juntas e tão bonitas. Para acabar em grande só faltou pernoitar e ver pirilampos. A última vez que vi pirilampos ainda era uma criança. Foi uma excitação. Eu e o meu irmão corremos a buscar um boião de Tofina em casa e aprisionámos alguns. Rapidamente descobrimos que são tão fascinantes quanto efémeros.

A flora também é deveras interessante. Há muito que não via turfeiras em Portugal. Como se pode ver abaixo alguma água está carregadinha com húmicos. Provavelmente muito ricos em manganês.
Em terra, o carvalho e o amieiro fazem a festa enquanto que na água os nenúfares salpicam a parte mais funda das lagoas. O marulhante rio Estorãos convida a molhar os pés.

Ao final da tarde ainda foi possível dar um passeio de carro pelo campo e por Ponte de Lima. Passando pela Quinta de Pentieiros. Tem lá dentro uma bela meda com uns bons 5 metros de altura.

E a estrada é tão concorrida como as do Texas rural.

Pelo menos enquanto não inaugurarem a auto-estrada que lá passa à porta.

Música: Beck - Guero (2005) XVI

A "integral" do album Guero do Beck edição especial Japonesa.
A tocar a faixa 16- Clap Hands (bonus track) - vai estar no player online (que está no topo direito do blog ao lado da foto e por baixo do e-mail) durante um dia. Findo este prazo estará lá a tocar outra música.

Travel:Lisboa: Arquitectura moderna

Apresento-vos aquele que neste momento é um dos meus edifícios favoritos em Lisboa: A sede da vodafone no parque das nações. O arquitecto do arrojado empreendimento foi Alexandre Burmester.

Está tão bem integrado que nem se nota que o edifício é um monstro com uma área bruta total de 74 000 m2 (hummm, deve haver uma tag para o expoente??) com lados de 100X130 m.








As fotos são minhas mas existem mais nas páginas da Parque Expo e do arquitecto. Estranho é saber que o mesmo gabinete de arquitectos que projectou o que aqui se vê também projecta McDonalds e lojas Parfois. Precisará disso para viver??


Gastaram-se "apenas" 2400 ton de aço e 20 000 m3 de betão a construir esta maravilha.
Plantas, dados técnicos e fotos da fase de obra podem ser encontrados na página da afaconsultores.

O Projecto ganhou o prémio Speciale Rizzani de Eccher, na quinta edição do Prémio Internacional Dedalo Minosse, da associação de arquitectos italianos Associazone Liberi Architetti (ALA-Assoarchitetti), em associação com a revista internacional de arquitectura L'ARCA.




A ponte da administração apesar do seu ar banal que contrasta com a beleza das laterais apresenta-se suspensa a 53 m de altura sem qualquer apoio em pontos intermédios.

Travel: Lisboa: Janelas Verdes

Sabe sempre bem voltar ao museu nacional de arte antiga. Porque tem o tríptico do Bosch que é uma "tentação". Porque tem um dos jardins mais formosos de Lisboa. Porque o Jardim tem uma vista para o estuário fabulosa.

Desta feita a visita foi a propósito da LisboaPhoto 2005. As 3 exposições que lá estão não são grande coisa quando comparadas com outras do evento e o preço da entrada é um abuso. Há mesmo uma exposição que é muito má. A de um sr. chamado Pomar. Mas por entre as suas fotos podemos espreitar a mais interessante biblioteca. Confesso que a exposição do Aaron Siskind tem algumas fotos que me arrebataram. Mas a do JL Neto pareceu-me um barrete de todo o tamanho.
O museu, a cafetaria e o jardim, esses sim continuam a merecer uma visita. O jardim é ideal para ler sossegadamente um livro enquanto se houve o chilreio dos pássaros e o borbulhar das fontes. De um verde luxuriante tem como bónus um jacarandá em flor coberto de um lilás que faz inveja a qualquer jardim inglês. Já me tinha maravilhado com os jacarandás floridos no parque Eduardo VII quando fui à feira do livro (tive pena de não ter a câmara fotográfica comigo nessa altura).

Há muito tempo que não passava pela rua das janelas verdes durante o dia. Surpreendeu-me porque já não é uma espécie de viela cheia de buracos com edifícios cujo estafe cai aos flocos e fachadas negras de sujidade e poluição.
Em vez disso esperavam-me renques de casas recuperadas ou em recuperação pintadas com os tons pastel da cidade. Tanto a rua como a calçada estavam em perfeitas condições. Nada das velhas crateras e paralelipípedos soltos de outrora.
Para maior surpresa fui encontrar o fontanário limpo e recuperado. Está mesmo bonito!

Novas Aldrabices do Ar Condicionado

Chegado o calor o ar condicionado volta a ser falado e desejado. Mais prospectos do ar condicionado Sharp aterraram lá em casa. Voltam à carga com mais um texto que diz que o aparelho deles mata vírus. Numa coleção de post anteriores já falei sobre o chorilho de inconsistências e impossibilidades científicas do produto que estes prospectos anunciam.
Neste novo prospecto a Sharp anuncia em grandes parangonas a certificação do seu produto por várias entidades. Decidi indagar o que são estas certificações.
Comecei pelo selo de garantia do "British Allergy Foundation" que a Sharp traduz no folheto por "Instituto Britânico de Alergologia".
A British Allergy Foundation é uma organização privada (portanto não tem nada a ver com o estado britânico) que vende estes selos de garantia por 10000 £ + IVA + Anuidade de 3000 £ para renovação. Esta informação está no site deles.
Segue-se um certificado da Universidade de Lubeck, Alemanha. Sem mais detalhes. No prospecto da Sharp é tão pequeno que não se consegue ver o texto, embora pareça uma simples carta. Uma pesquisa na Univ. de Luebeck por Sharp e ar condicionado não dá resultados. Nas páginas da Sharp na web referem o "institute of medical microbiology and hygiene of Luebeck". Nas páginas deste instituto nem uma palavra sobre aparelhos de ar condicionado certificados!!
Mais um certificado este emitido pelo "centro de pesquisa ambiental de Kitasato Japão". Encontrado o site da universidade de Kitasato na net ficamos a saber que a versão inglesa está em construção. Como não sei japonês nada feito.
Segue-se a "associação canadiana da asma". Uma associação privada de combate e prevenção à asma que recebe donativos. Nem por acaso uma das empresas contributoras é a ... Sharp. Leia-se a lista dos mecenas. Um documento em Pdf informa-nos dos beneficios que as empresas podem ter se doarem anualmente determinadas quantias.
O prémio Takagi anunciado no folheto é um prémio dado a um paper e apresentação oral numa conferência. Portanto não se premeia o produto nem qualquer método ou sistema da Sharp.

Isto é tão escabroso que nem me vou dar ao trabalho de pesquisar os restantes "certificados" que a Sharp anuncia.

Apenas uma pequena referência para uma frase na parte de trás do folheto: "Ventiladores concebidos segundo as teorias aerólicas da NASA" (SIC). Mais enigmático que a frase só mesmo a palavra "aerólica". Ainda pensei em aeróloga mas isso é muito lá para cima. O que eles precisam mesmo é dum aerólito em cima.

Música: Beck - Guero (2005) XV

A "integral" do album Guero do Beck edição especial.

A tocar a faixa 15- Chain Reaction (bonus track) - vai estar no player durante um dia.

Música: Beck - Guero (2005) XIV

A "integral" do album Guero do Beck edição especial.

A tocar a faixa 14- Girl remix de peter chrisben - vai estar no player durante um dia.

Behind the Scenes

O objectivo da publicidade é criar apetência no consumidor para que este compre produtos. Os anúncios de automóveis são na minha opinião dos mais bem conseguidos neste sentido. Vendo um carro rebrilhante a deslizar por paisagens de sonho tenho logo vontade de ir a correr comprar o popó anunciado. Mas depois lembro-me que vendem o carro sózinho ... sem o resto do anúncio. Nada de sítios luxuriantes do lado de fora do carro, penduras atraentes ao lado nem boa música a tocar.

Descobri agora que mesmo nos anúncios nem tudo o que luz é ouro. Regressando a Michael Wolf um fotógrafo de que já aqui falei e a um seu projecto intitulado "behind the scenes". Michael desmonta o processo de realização de um anúncio para a Rover (logo a Rover que está pelas ruas da amargura). Neste caso uma sessão fotográfica para outdoors. O outdoor resultante é o seguinte:

Muito bonito o resultado final sem dúvida. Mas para desilusão fico a saber que não foi fotografado junto a uma estátua grandiosa na Rússia.

Estamos dentro de um pavilhão onde foi colocada a estátua que serve de pano de fundo à fotografia do anúncio. Mais uma desilusão e fico a saber que a estátua não existia antes. Foi feita para o anúncio. O belo fundo de nuvens também foi pintado por artistas na altura.

De desilusão em desilusão fico a saber como é feita a estátua de "bronze" do anúncio. Fica o consolo de saber que pelo menos há uma série de artistas que têm trabalho para fazer nestas coisas. A fase de pintura e montagem da estátua:

Bom, não é de bronze mas pelo menos deve ser de pedra. Ficou bonita não ficou?
Fase de escultura e pintura:

Mas não! A dita cuja estátua nem de pedra é. Nem tão pouco de gesso. Apesar de muito fiel ao modelo a bela escultura é toda em: Esferovite. Esse miraculoso material.