Inovação

O Reino Unido mostra-se muito preocupado com os seus indicadores científicos nacionais.
O Reino Unido tem historicamente um grande défice de Inovação dizem os especialistas. Ainda pensei ter lido mal. Estariam mesmo a falar do berço da revolução industrial?

Fartei-me de rir a ler o seguinte:
“A ciência no Reino Unido está muito mal. Os nossos cientistas são responsáveis por 4.5 % da produção científica mundial e publicam 10% dos artigos científicos mundiais. No entanto há uma cultura generalizada que prejudica o desenvolvimento da ciência… Os números nas universidades são muito preocupantes….Baixos níveis de literacia científica do público…..Número de alunos a estudar ciência nas universidades mais baixo que há uma década…dificuldades da indústria inovadora para desenvolver o seu potencial económico….A falta de capital para investir destrói os sonhos dos empreendedores”

Gosto sobretudo da primeira parte do texto em que se diz que o Reino Unido (RU) está muito mal e que há lá uma cultura generalizada que prejudica a ciência. Estão cheios de sorte meus caros, pois parece que essa cultura generalizada não é lá muito eficiente a prejudicar a vossa ciência. Ora venham para Portugal e verão o que é uma cultura generalizada virulenta e mortífera.
O RU uma nação que tem 1% da população mundial, produz 10% dos artigos científicos mundiais. É melhor não fazermos as mesmas contas para Portugal.

Os problemas do RU parecem ter muito em comum com os problemas portugueses, embora a escala seja claramente outra. No RU decidiram atacar o problema com as seguintes medidas:

-Criação em 1998 da NESTA.
-Medidas para atracção e retenção de cientistas no país.
-Aumentar fundos para departamentos de ciência das universidades públicas e relações universidade-indústria.
-Divulgação de ciência para o grande público.
-Melhorar o ensino das ciências ao nível pré-universitário.

Em Portugal decidiram atacar o problema com as seguintes medidas:

-Criação da AdI no inicio dos anos 90.
- Divulgação de ciências para o público jovem (programa ciência-viva).

As semelhanças entre a NESTA e a AdI ficam-se apenas pelos objectivos: Promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
A AdI limita-se a gerir dinheiro que provém de fundos comunitários (POCTI, POSI, PRAXIS, PRIME), a prestar informações sobre o acesso a esses fundos e a receber as candidaturas. A NESTA tem fundos próprios (é financiada pela lotaria nacional) que gere directamente e não se limita a financiar projectos, tem um programa de assessoria técnica e financeira de alto nível, talvez o que nós precisávamos em Portugal. A AdI pouco sucesso conseguiu ao longo de mais de 10 anos provavelmente dado o seu carácter passivo (afinal qual a diferença entre submeter uma candidatura Prime pela AdI ou por uma qualquer incubadora de empresas regional?).


O progresso obtido pelas nações em termos de inovação é medido anualmente pelos “Trendchart Innovation Policy”, uma série de indicadores relacionados com a inovação. Os últimos resultados para Portugal mostram que:

1) Performance global fraca, com a maior parte dos indicadores abaixo da média europeia, sobretudo no que diz respeito à educação e aos recursos humanos qualificados.

A situação de Portugal em relação aos restantes países da UE (que eu classificaria como má) é a seguinte:

O relatório de 2005 aponta vários problemas e apresenta soluções que devem ser implementadas para os resolver. Quanto ao relatório anual para o RU, mostra que a inovação deles afinal está de muito boa saúde.

Advertência Críptica

O uso de Sapos Azuis e Mulas Castanhas no seu computador pode ser responsável por alguma lentidão e muito disco cheio.

Livros de Ciência Pró Natal

Não sabe distinguir os livros de divulgação científica bons dos ruins?
O "the Guardian" dá-lhe uma achega para os que sairam este ano e no ano passado. Comprei 2 e não me arrependi!
Quer uma opinião mais pessoal: veja os 10 livros selecionados por cientistas e divulgadores de ciência do Reino Unido.

Lista de obras que são marcos importantes na história da ciência (não são de divulgação e podem exigir conhecimentos avançados). Qualquer cientista os deve conhecer, mesmo que não os tenha lido.

Em Português temos a Gradiva (o resto é paisagem, salvo uma colecção ou outra) : Se quer uma lista do que a Gradiva publicou mas não deseja navegar no péssimo site da editora salte para aqui. Recomendo os da colecção Ciência Aberta, são todos um valor seguro.

Desconfie de coisas chamadas "livros de ciência para crianças ou jovens", têm tendência a dirigir-se a públicos com reduzido número de neurónios, o que não é o caso das crianças normais. Um livro de ciência é um livro de ciência e se for bom deve estar escrito de forma a ser percebido por qualquer jovem. Não têm de ter muitos desenhos ou frases curtas para a criança perceber o que lá está.

Não lhe interessam as ciências: O " The Guardian" também tem uma lista dos melhores livros noutras áreas.

Referrers List

Como? O serviço do TrueFresco agora é pago!

Ai sim... Mudei-me imediatamente para o serviço do Referer.org!

Variações ITX

O ITX mudou de nome de ontem para hoje nos média portugueses. Ontem chamava-se Isopropylhioxantone (asneira!), hoje chama-se Isopropylthioxantona (outra asneira!).

E confirma-se.... o Público e o Expresso gostam de se copiar um ao outro!
Chatice, chatice é que também copiam as asneiras!

Asneiras para crianças I

Nos últimos anos o mercado português foi inundado por livros para crianças. É um nicho de mercado florescente porque os papás dão cada vez mais importância a estas coisas. Infelizmente a maior parte do que existe é francamente má.

Falando apenas dos que se destinam a crianças que ainda não lêem, há um grande ramalhete que tem ora ilustrações horríveis, ora textos desadequados, ora ambas as coisas. Mas o pior são os que têm bom grafismo e textos que à partida parecem adequados. Frequentemente são traduções de edições noutra língua e a editora portuguesa não se preocupou em assegurar uma tradução boa nem em adaptar o livro à realidade portuguesa.

É assim que acabamos por ter livros para 2, 3 anos com nomes para objectos que no original eram uma única palavra curta e fácil de dizer e em português são uma expressão de página inteira estilo otorrinolaringologista que não lembra ao diabo.

Em casa já tenho vários livros de excelente qualidade traduzidos do francês que me mimoseam com páginas dedicadas à neve. Neles pontificam o lárice (noutra versão, mostrando inteira coerência, o larício), o lagópode, a telecabina, a telecadeira, a lebre das neves, os hábitos sociais das marmotas no Inverno e outras coisas rebuscadíssimas que aumentaram a minha cultura geral mas não me parecem relevantes para uma criança portuguesa desta idade.

Recentemente cometi o erro de comprar um livro de uma colecção da qual já tinha 2 que eram bons sem olhar primeiro lá para dentro. Quando se é assim ingénuo, enfia-se um barrete!
Convido-vos pois a enfiar o barrete comigo no post que se segue (em baixo). As imagens são de algumas figuras desse livro depois de digitalizadas. Os comentários são meus.

Asneiras para crianças II

O enigmático bicho acima - o lemo- parece ser um primata da família dos Lemuridae, que por acaso se chama Lemur. Falta-lhe a cauda e um certo ar de macaco.

Arenícola? Cheio de coerência científica, mas mais uma vez muito pouco adequado a uma criança de 3 ou 4 anos. Que tal minhoca ou isco?
A litorina é um gastrópode costeiro. O nome até está correcto, mas será o mais indicado para uma criança de 3 ou 4 anos saber? Que tal búzio?

É certo que um jacaré é ligeiramente diferente dum crocodilo e estes de um aligator. Mas o que está na figura não é claramente um aligator, pois estes têm o focinho curto e arredondado. E o nome - Aligátor - com acento no A. Donde é que isto saiu?

Kiwi? Em bom português não será Kivi?

Saltão? Ó meus amigos nunca ouviram falar de gafanhotos e grilos? Parece definitivamente um grilo, excepto a cor.
Bordão de Peregrino? A minha ignorância em relação a este é completa. Nunca ouvi falar nem sei o que seja. Parece vagamente um zangão.

Suricata? Pois a espécie é a Suricata suricata mas o nome comum no nosso país é Mangusto.


Eis-nos chegados aos hilariantes nomes para peixes. Está visto que não viram o filme do Nemo. O peixe-palhaço costuma ter mais umas risquitas…
Qualquer amador de aquariofilia vos dirá que aquilo não é um néon (um pequeno peixe translúcido com uma risca central de faiscante néon azul), nem o outro um peixe-anjo, também conhecido por Escalar (um peixe espalmado em forma de losango, com cores bem diferentes das do desenho).


Por fim deixo-vos o que me fez rir a bandeiras despregadas: O peixe-espada!
Se o seu filho de 3 anos não se fartar de rir com este peixe-espada, o melhor é passar a levá-lo consigo quando for ao mercado comprar peixe. Será um peixe espada-florete ou sabre?

Se virem este livro fujam.

Tetra Pak e Nestlé

As noticias alarmantes que vieram a público ontem dão conta da retirada do mercado de toneladas de leite Nestlé contaminado com ITX, um composto químico usado na tinta de impressão dos pacotes Tetra Pak. A cobertura noticiosa nos media portugueses variou entre o incompetente e o muito incompetente.

Na televisão 2 canais falaram em leite da marca "Nidina". Para que conste: A Nestlé não comercializa em Portugal nada com esse nome. O produto português chama-se NAN. As imagens de reportagem mostravam pacotes italianos chamados "mio". Não se arranjou uma filmagem portuguesa? Bastava ir ao hipermercado mais próximo!

Na imprensa escrita somos brindados com seguinte nome para o composto químico: "Isopropylhioxanthone" (in Jornal Público). Devo dizer que nem em inglês acertaram com o nome... O nome correcto seria Isopropylthioxanthone. Em português Isopropiltioxantona, conhecido pela abreviatura ITX. Um telefonema para um qualquer departamento de química de uma universidade tinha resolvido o problema. O Jornal Expresso também fala no nome "Nidina" e também chapa o mesmo nome do composto errado em inglês! Parece que gostam de se copiar uns aos outros!

Horrível foi ver que a empresa em vez de pedir desculpas mandou um porta-voz dizer que "o composto não era proibido portanto não fazia mal à saúde". Repare-se na falta de relação causa-efeito nesta frase! Também não é proibido pôr ácido sulfúrico dentro de pacotes de leite, mas isso não quer dizer que não faça mal à saúde. Simplesmente ninguém no seu perfeito juizo vai adicionar certos compostos a alimentos embalados. Este porta-voz da Nestlé devia ser posto na rua imediatamente.
Segundo a agência portuguesa de segurança alimentar o composto não é proibido porque nunca foi feita nenhuma avaliação de risco para o ITX. A razão é simples, este composto não é suposto estar misturado com alimentos. As avaliações de risco são feitas para ver se aditivos alimentares podem ser prejudiciais para a saúde. Não faz sentido avaliar o risco em alimentos de uma coisa que serve para pintar pacotes. Simplesmente o ITX não devia estar misturado no leite!


O ITX é um pó amarelo que é utilizado como fotoiniciador de polimerização. Significa que permite começar uma reacção química (de polimerização neste caso) por acção de radiação UV. Neste processo o ITX gera obrigatoriamente radicais livres (muito perigosos para a saúde humana). Uma das aplicações importantes é em impressão offset de embalagens para alimentos. A tinta seca por fotopolimerização quando irradiada por luz UV. Isto evita o uso de tintas com solventes perigosos para a saúde. Durante o processo de impressão deve ter-se atenção a possibilidade de migração de alguns compostos, como o ITX, no suporte de impressão.

A legislação actual diz que: Em embalagens multicamada destinadas a alimentos os limites de migração para compostos não avaliados são 10 ppb. Portanto é mentira que o composto não seja proibido como diz a Nestlé. Aliás foi pôr ser proibido que a fiscalização italiana mandou retirar o leite do mercado. A Tetra Pak que parece estar mais preocupada com o que vende já disse que vai substituir o processo de impressão de embalagens por outro. Já este ano foram feitos testes mutagénicos para o ITX in-vivo e in-vitro por várias empresas que vendem ITX com resultados negativos para mutagenicidade.

referência disponível para download sobre migração de fotoiniciadores em embalagens de alimentos (necessários conhecimentos avançados de química).

Querido Pai Natal,

Este ano portei-me muito bem!
Não menti compulsivamente, não cometi nenhum pecado, não me dediquei a pilhagens e ajudei a familia a preencher o IRS. Por isso mereço montes de cheques em branco no sapatinho.

Aí vai a minha lista de desejos:
Valium (3 caixas grandes), Metadona (2 frascos), lingerie sexy comestível, belos cosméticos, 1 teremin, Pintos dramáticos, belas jóias, 3 meses na patagónia, paciência para aturar superiores hierárquicos lobotomizados, 1 botas Camper do meu número (algures na lapónia há-de haver mais mulheres a calçar 41-42), 7s, gadgets emprestáveis, viagem para a Bélgica (só ida, 3 bilhetes), um A350 (sem o Fernando Pinto), Cavalos de Ferro, Shostakovichs, Rudolf com trenó, 3 tailleurs topo de gama, Homens sem qualidades, 1 van Gogh original (pode ser pequeno), candidatos presidenciais decentes, Vsevolods, Canetas cor-de-rosa, 1 riquexó, Ib com, viagem para Helsínquia (só ida, 3 bilhetes), Sefarditas, 1 ATM (atestada), cigarros de cravinho, bilhetes pró Forsyth, 1 choque tecnológico de 220 V.
(...sim, continuo a ser materialista convicta...)

E por favor nada de mais:
Cds e dvd´s para ir trocar, Harry Potter, Maria Filomena Mónica, Mahler, Dostoievski, bilhetes para o Wim Mertens, Philiph Roth, Vonnegut, ambientalistas cépticos, Amis, relógios, Lodge, lingerie banal, gadgets imprestáveis (iPOD´s incluídos), chocolates, Sufjan Stevens, jarras estilosas, pijamas, Arcade Fire, baton cor-de-rosa, pack de filmes porno clássicos, hálito mentolado de Diogo Infante, acne tardio, Fátima Lopes, parolices de qualquer género, Saramagos, filmes sobre pinguins, U238, caviar, peúgas, cremasters digitais.

Para bom entendedor meia-palavra basta, Pai Natal!

Gordos e Magros

As cidades mais ricas a nível mundial (riqueza medida pelo PIB. dados de 1995).

Superficie do pais representada proporcionalmente ao PIB.
Note-se que África quase desaparece do mapa.

As desigualdades europeias: A Europa central rica e os países periféricos pobres.

Inato Vs. Adquirido

"Identical Twins" - foto de Diane Arbus, 1967.

Num bairro de classe média, uma família típica, com uma vida harmoniosa e sem problemas de maior, tem 2 filhos com 2.5 anos de diferença. Ambos crescem e são educados da mesma forma sendo igualmente amados pelos pais. Frequentam as mesmas escolas públicas e partilham o grupo de amigos. Nenhum deles tem problemas de saúde. Não se lhes conhecem grandes desgostos ou desilusões. Estes 2 rapazes foram meus amigos de infância e meus vizinhos. Ambos abandonaram a escola no 10º ano.

Paulo, o mais novo, é hoje empregado de escritório, casou, tem filhos e leva uma existência semelhante à dos pais. Alexandre, o mais velho, com 18 anos já era toxicodependente profundo embora tenha conseguido esconder esse facto da familia e amigos próximos até aos 20 anos. Simpático e calmo, sempre manifestou o desejo de se curar. Reconheceu sempre que era dependente e que isso era mau para ele. Muitos tratamentos depois, em casa e em clinicas não mudaram nada. Alexandre morre com uma overdose aos 24 anos. Paulo nunca tocou em drogas na vida.

Para além disso sempre tiveram personalidades completamente distintas. Paulo era alegre e brincalhão, gostava de comer e beber e tirava boas notas a ciências exactas. Alexandre era calmo e introvertido, não gostava de sair de casa e preferia Português e História.
Estes 2 irmãos apesar de criados no mesmo "habitat" e de partilharem uma parte significante de património genético eram pessoas radicalmente diferentes. Porquê?
Esta é uma questão que tem intrigado vários cientistas. Aquilo que nós somos é determinado sobretudo por factores genéticos ou pelo meio envolvente? Para tentar perceber quais os factores preponderantes foram estudados vários casos de gémeos verdadeiros ao longo dos tempos. 2 casos muito interessantes foram os seguintes:

• 2 gémeos verdadeiros nascidos em 1939 no Ohio foram separados à nascença por falta de condições económicas da família. Ambos os bébes foram adoptados por familias distintas que residiam no estado do Ohio. Cresceram em meios distintos. Só aos 40 anos é que os individuos tiveram conhecimento da existência um do outro, altura em que decidiram encontrar-se. Ao falarem sobre as suas vidas descobriram que existiam semelhanças incríveis: Ambos tiveram animais de estimação com o mesmo nome, ambos adoptaram um filho a que chamaram Larry, ambos gostavam da mesma marca de cerveja, ambos fumavam a mesma marca de tabaco. Casaram-se ambos com mulheres chamadas Linda de quem se divorciaram para casar com uma Betty. Tinham os mesmos hobbys e os mesmos problemas de saúde. Apesar de terem crescido separados estes irmãos tinham personalidades semelhantes.
  
  
• 2 gémeos nascidos em condições semelhantes aos anteriores nasceram em 1943 no Michigan. A família apesar de pobre decidiu ficar com eles. Cresceram no mesmo meio. Eram completamente diferentes em termos de personalidade. Um era extremamente mal comportado, o outro descrito como um anjo. O bem comportado terminou o liceu, combateu no vietname e mais tarde tornou-se padre. O mal comportado desistiu da escola, nunca casou, teve vários problemas com a lei e esteve preso inúmeras vezes. Apesar de terem crescido no mesmo meio estes 2 irmão gémeos interactuavam de maneira diferente com esse mesmo meio. E recebiam respostas diferentes das pessoas que os rodeavam por isso. Isto resultou em diferenças de personalidade perceptíveis.
  
  

O genoma não é deterministico. A expressão dos genes é influenciada pelo meio.
O meio influencia 2 pessoas diferentes de maneira diferente. A interação com o meio é influenciada pelo património genético da pessoa.
Portanto parece que ambos os factores - A herança genética e os aspectos comportamentais - são importantes para determinar o que um indíviduo é.

Referencias que incluem este assunto:
-"The Bell Curve", Richard Herrnstein, Charles Murray (Free Press, 1994).
-"The Mismeasure of Man", 2nd ed., Stephen J. Gould (New York: w.w. Norton & Co., 1996).
- artigo da scientific american, Julho 2005.

As Sete Filhas de Eva

Há uns tempos contei isto a uns amigos. Uns fartaram-se de rir e outros ficaram com um ar incrédulo provavelmente a pensar que eu pirei de vez!
Lamentavelmente para eles, a conversa era a sério. O que se segue é o que de mais actual há em investigação científica em Antropológia Genética Humana. Claro que não exclui que futuras descobertas provem que esta teoria não está 100% certa, mas o grau de certeza de partes da teoria é elevado.

O DNA mitocondrial (mtDNA) é extremamente estável. Em média apenas sofre uma mutação a cada 20 000 anos. A sua mensagem genética é assim propagada através dos tempos até ao homem moderno quase sem alterações. Verifica-se que existem diferenças significativas entre o mtDNA dos europeus, dos africanos, dos nativos americanos, dos siberianos e dos sub-saharianos. Em 2002, peritos em genética e antropologia acreditavam que apenas existem 36 grupos genéticos distintos em todo o mundo.

Dentro da Europa existem actualmente apenas 7 sequências de controlo diferentes no mtDNA (haplogrupos). Isto significa que qualquer europeu branco pode seguir a sua ascendência até 1 de entre 7 mulheres- Adequadamente baptizadas como as sete filhas de Eva. Estes 7 grupos matriarcais foram identificados por especialistas em genética humana da Univ. de Oxford.

Uma parte do trabalho destes cientistas consistiu em analisar cerca de 6000 amostras de mtDNA de europeus contemporâneos. Os resultados permitiram-lhes estabelecer que as nossas 7 "mães" viveram há entre 8000 a 45000 anos atrás. Mais interessante ainda, o trabalho de outros peritos permitiu construir uma teoria que afirma que as sete filhas de Eva descendem todas de um mesmo clã que ainda subsiste actualmente em África- O clã de Lara. Esta teoria data dos anos 80 e ficou conhecida como teoria da Eva Africana. Se virmos bem o que ela afirma é que descendemos todos de um mesmo antepassado feminino.

As sete filhas de Eva foram baptizadas e as suas rotas migratórias são conhecidas:

• Helena - O clã com maior número de descendentes na Europa. Há 12000 anos atrás migraram da zona dos Pirineus para norte. Os membros deste grupo estão actualmente dispersos por toda a Europa.
  
• Jasmine - Há 10000 anos ainda viviam na actual Siria. São apontados como os prováveis implantadores da agricultura na Europa.
  
• Katrine - Há 15000 anos viviam na região de Veneza. A maior parte dos descendentes ainda está na zona dos Alpes.
  
• Tara - Há 17000 anos estavam no norte de Itália. No final da idade do gelo deslocaram-se para França e para a Irlanda.
  
• Ursula - Viveu há 45 000 anos na Grécia e o clã migrou para norte.
  
• Valda - Há 17 000 anos este clã encontrava-se na península ibérica. Após a idade do gelo migraram para a escandinávia, mais concretamente para a zona da lapónia.
  
• Xenia - Encontrava-se no Caúcaso e no mar Negro há 25 000 anos. Mais tarde migrou para toda a Europa, Ásia e América. É uma linhagem rara na Europa e surge em nativos norte-americanos das tribos Sioux e Ojibwa.
  
  

A empresa OxfordAncestors criada por Bryan Sykes permite analisar o seu mtDNA e determinar quem foi a sua mãe primordial e que mutações ocorreram entretanto, ao mesmo tempo que está a contribuir para a construção da árvore familiar de DNA mundial. Nos Estados Unidos também há várias empresas que se dedicam ao mesmo, como por exemplo a FamilyTree DNA. Não tarda nada em Portugal um grupo de doutorados em genética também cria uma! Para azar a % de portugeses que se interessa por árvores genealógicas, primordiais ou não, é muito inferior à de anglo-saxónicos, provavelmente os campeões mundiais da obsessão por genealogia.

Referências:

Bryan Sykes - "The seven daughters of Eve", ed. W. W. Norton & Company (May, 2002). Livro de divulgação científica de leitura acessível a leigos.

Richards MB, Macaulay VA, Bandelt HJ, et al. Phylogeography of mitochondrial DNA in western Europe. ANNALS OF HUMAN GENETICS 62: 241-260 Part 3 MAY 1998.

WilkinsonHerbots HM, Richards MB, Forster P, et al. Site 73 in hypervariable region II of the human mitochondrial genome and the origin of European populations. ANNALS OF HUMAN GENETICS 60: 499-508 Part 6 NOV 1996.

H. J. Bandelt, P. Forster, B. C. Sykes, M. B. Richards. Mitochondrial Portraits of Human Populations Using Median Networks. Genetics, Vol 141, 743-753, 1995.

Saara Finnila, Mervi S. Lehtonen, Kari Majamaa. Phylogenetic Network for European mtDNA. Am. J. Hum. Genet. 68:1475–1484, 2001.

Antonio Torroni at al. A Signal, from Human mtDNA, of Postglacial Recolonization in Europe. Am. J. Hum. Genet. 69:844–852, 2001.

Martin Richards et al. Tracing European Founder Lineages in the Near Eastern mtDNA Pool. Am. J. Hum. Genet. 67:1251–1276, 2000.

Dúvidas Insustentáveis

Tenho dúvidas, muitas dúvidas, sempre que tenho de fazer escolhas difíceis. Neste caso as opções vão ser entre o mau e o péssimo:

- Mário é Só ares, Cavaco bem Silva e Francisco parte a Louça toda. Bem podem os índios gritar "Jerónimo" e o outro fulano andar Alegre. Não quero saber se a Manuela até é Magna e se o José Maria bebe Martinis. E Garcia e Carmelinda podem ser Pereiras mas dão pouca fruta.

Assistimos a uma Bushização da política nacional. Os candidatos ao que quer que seja são cada vez piores. Se isto são os melhores candidatos que os partidos conseguem arranjar estamos muito mal.

Pedem-nos que escolhamos entre a brigada do reumático, composta por persistentes indivíduos que se eternizam em candidaturas políticas e um ramalhete de pará-quedistas sem qualquer currículo relevante para desempenhar a função.

Até Janeiro tenho de fazer uma escolha ou será um escolho?

Ver Música

Fantástico este anúncio de um serviço fornecedor de música online.

Inserido na campanha "exercite o seu músculo musical" mostra-nos uma figura que esconde nomes de bandas e de músicos em imagens contidas na figura. Por exemplo, a rainha em grande plano = Queen.

Consegue identificar os restantes? Há mais de 50 !

precisa de uma imagem maior? selecione o link que diz poster.

Os Mortos Contam Histórias

Anastásia (esq.) e Anna Anderson (dir.)

Os dois corpos dos Romanov que estão por encontrar até à data são os de Anastasia e de Alexei. Existem relatos da época que dizem que alguns dos corpos terão sido regados com ácido e queimados. Os assassinos visavam mesmo a destruição por completo da família sem deixar quaisquer traços para serem adorados por seguidores. Com alguma razão de ser pois ainda hoje subsiste um saudosismo do czar.

Cerca de 7 meses a seguir ao massacre dos Romanov surgiu em Berlim uma jovem com traços fisionómicos bastante similares aos de Anastasia. A rapariga tentou suicidar-se atirando-se de uma ponte mas foi salva. Recusou-se sempre a revelar a sua identidade. Confinada a uma instituição psiquiatrica foi baptizada "Fraulein Unbekannt". Mais tarde ela própria escolheu chamar-se Anna Anderson para despistar jornalistas que a perseguiam insistentemente, e nunca respondeu às perguntas sobre a hipótese de ser Anastasia apesar de se comportar como se fosse a filha dos Romanov.

Vários livros foram publicados sobre esta jovem e magotes de gente de ânimo exacerbado tentaram provar ou que era Anastasia ou que era uma impostora. Mais tarde Anna tentou receber dinheiro da herança do czar Nicolau, num processo em tribunal que se arrastou até aos anos 70. A sentença final não lhe foi favorável apesar de ter semelhanças físicas muito grandes com Anastasia, incluindo várias cicatrizes no corpo e deformações num pé.

Anna Anderson morreu em 1984. O seu mtDNA foi analisado recorrendo a tecidos que tinham sido recolhidos numa biopsia em 1979. Verificou-se que Anna Anderson não era Anastasia Romanov. A jovem foi identificada inequivocamente como Franziska Schanzkowska por comparação do DNA com o de um familiar por via materna. Franziska Schanzkowska, uma operária polaca, tinha desaparecido de um hospício em Berlim pouco antes de "Anna Anderson" ter feito a sua aparição na mesma cidade!

referências:

• Anastasia: The Riddle of Anna Anderson de Peter Kurth.
• The Quest for Anastasia: Solving the Mystery of the Lost Romanovs de Helen Mingay e John Klier.
• "Establishing the identity of Anna Anderson Manahan", Peter Gill et al., Nature Genetics, Vol. 9, Jan 1995, pp. 9-10, e Vol. 10, Fev 1995, pg. 218.

O DNA dos Romanov

Nicolau II foi o último czar russo. Foi assassinado em 1918 durante a revolta bolchevique, juntamente com toda a sua família (a mulher e 5 filhos), 3 criados e o médico da corte.
O local onde estavam os corpos permaneceu desconhecido até 1991, altura em que se desenterraram vários corpos que se suspeitavam ser da família real de uma vala e peritos forenses os tentaram identificar.

Foram recuperados e reconstituídos 9 esqueletos. Utilizaram-se métodos computacionais para fazer a reconstituição facial a partir dos craneos, verificando-se parecenças assombrosas com fotos do czar e da czarina Alexandra. Os esqueletos mostravam que tinha existido uma morte violenta e os dentes continham traços de materiais usados em tratamentos dentários associados com a realeza. No entanto nesta vala apenas foram encontrados os corpos de 3 crianças e nenhuma delas de sexo masculino. Ficavam assim por encontrar os corpos do principe Alexei e como veio mais tarde a verificar-se da filha mais nova do Czar, Anastasia.

Para identificar os corpos e verificar que pertenciam a pessoas da mesma familia recorreu-se à análise do DNA mitocondrial (mtDNA), um tipo de DNA circular que é herdado por via materna e permanece quase imutável. A região deste DNA que se costuma utilizar para efectuar comparações é o chamado D-loop, um troço que está junto à origem de replicação e que contém a região de controlo. Comparando o DNA mitocondrial de 2 pessoas que não estejam relacionadas por laços de consanguinedade verifica-se que existem diferenças muito grandes, pelo contrário quando as pessoas provém da mesma família há enormes semelhanças.

Verificou-se que os corpos das 3 crianças e de um dos adultos do sexo feminino estavam estreitamente relacionados. O duque de Edimburgo, sobrinho-neto da czarina forneceu a amostra de DNA que permitiu confirmar a identificação da Czarina Alexandra e das 3 filhas. Todos eles tinham a mesma sequência de controlo no mtDNA.
A identificação do Czar deu mais trabalho. Tikhon Kulikovsky, o sobrinho do czar recusou-se a ceder uma amostra do seu DNA como represália por o Reino Unido não ter dado asilo aos Romanov após a revolução (o estudo genético estava a ser feito por peritos ingleses) e a exumação do gran-duque Georgij não era possível por razões políticas e financeiras. A identificação foi feita analisando o DNA de parentes distantes, não tendo a igreja ortodoxa russa ficado convencida do resultado. Finalmente em 1994 o gran-duque Georgij foi exumado e o seu DNA analisado permitindo identificar inequivocamente O czar Nicolau.

referência:

Gill P, Ivanov PL, Kimpton C, Piercy R, Benson N, Tully G, Evett I, Hagelberg E, Sullivan K. "Identification of the remains of the Romanov family by DNA analysis." Nature Genetics. 1994 Feb;6(2):130-5.

À Lupa

Os prémios Nikon Small World são atribuídos a microfotografias que sejam contribuições importantes para as ciências da vida ou dos materiais. A sofisticação das utilizadas técnicas para fotografar e a ampliação variam muito consoante o que se deseja fotografar.
Também estão online os prémios de anos transactos.

Este ano a fotografia vencedora foi a da simpática mosca abaixo (6.25 x):

Acompanhada de outros concorrentes fortes:

2º prémio: imagem de um rim de rato seccionado (240x).

Menção honrosa: Velcro a ser aberto (94x).

Estranhezas

Estranheza 1

Estranheza 2

Estranheza 3

Cortesia do Farpas&Bitaites e do LetterJames

Hologramas II e Fantasmas

Afinal parece que a técnica usada no espectáculo MTV referido no post anterior não era holográfica. Segundo o Times Online, trata-se de outra técnica que também utiliza espelhos e lentes mas que não são hologramas. Em vez disso implica fazer uma projecção num filme translúcido usando o chamado Pepper´s Ghost (Fantasma de Pepper) assim chamado em homenagem ao seu criador, John Henry Pepper. Neste caso não foram projectadas pessoas, mas sim animações 3D.

A empresa responsável pela produção é de Londres e chama-se Passion Pictures, mas o site da empresa é decepcionantemente parco em explicações. Em alternativa, os sites Pepper's Ghost e Physics Toys dão-nos uma boa ideia de como conseguir esse efeito e mostram interessantes exemplos. Com as explicações destes sites é possível fazer a experiência em casa com um mínimo de conhecimentos de física.

Observando a figura acima vemos tudo o que está em causa para gerar o "fantasma: No backstage alguém em carne e osso actua fazendo tudo o que se deseja que o fantasma faça em palco. Um foco de luz forte incide sobre essa pessoa. No fundo do palco há um vidro que faz um ângulo de 45º em relação à audiência. Esse vidro é iluminado por uma luz fraca pelo lado da frente. A audiência vê a imagem da pessoa como se estivesse em palco.
A imagem fantasma é produzida devido à escolha do ângulo de 45º. Nesta posição a luz não atravessa o vidro dando-se reflexão interna total (a luz é reflectida). Este ângulo é conhecido por ângulo crítico por essa razão.

Outras referências sobre os fantasmas de Pepper:

• DoomBuggies. Mansão assombrada da Disney.
• Artigo sobre John Henry Pepper no Nesta.
  

Hologramas

Notícias dos prémios MTV Europa cuja cerimónia decorreu em Lisboa davam conta das inovações tecnológicas introduzidas pela actuação dos Gorillaz:

- "A banda apresenta-se em forma de holograma tridimensional para interpretar "Feel good Inc.", na companhia dos De La Soul."

Quase todos os meios de comunicação portugueses usaram uma frase muito semelhante para falar desta banda em palco. O problema da frase é ser um pleonasmo: Um holograma é por definição tridimensional. Estamos é habituados a ver hologramas que estão em suportes de papel (notas ou selos de segurança) e não a vê-los projectados no espaço.

Para saber o que é e como se faz um holograma pode ler esta página.

A técnica utilizada no caso do espectáculo da MTV não é nova embora seja a primeira vez que é mostrada num palco em directo. Existem empresas que trabalham nesta área com trabalho desenvolvido para a indústria do entretenimento, por exemplo a Laser Magic, que produziu efeitos especiais para vários filmes. Em 2000, a empresa Dimensional Media apresentou mesmo numa feira da especialidade um projector que projectava imagens 3D no espaço. Quanto aos Gorillaz a actuação está para download neste site, mas não sei que empresa fez o trabalho.

Modas Repousantes

Tricotar está na moda. É fácil entrar no metro em Londres e dar de caras com um qualquer executivo de fato e gravata a tricotar.
Segundo os médicos é um passatempo extremamente relaxante para combater o stress.

E já não se tricotam camisolas. O tricot moderno está cheio de criatividade e inovação:

• DNA- Instruções para tricotar a sua dupla hélice.
• Bola sputnik.
• Minhoca arco-íris.
• Malas de senhora completas.
• Cachecol com dupla hélice.
  

O carnaval são 3 dias....

A série Carnivàle durou pouco tempo.
Ao fim de 24 episódios, a HBO decidiu não renovar o contrato para uma nova saison, apesar dos inúmeros adeptos incondicionais. O que estava em causa eram os elevados custos de produção. Quem vê a série percebe porquê: Retratando os anos 30 americanos e o ambiente da grande depressão, os cenários e a caracterização das personagens são de uma perfeição e fidelidade histórica impressionantes. As personagens vão ao extremo de falar o calão da época.

Um carnivàle é uma trupe de saltimbancos, com carrossel e roda gigante incluída. Deslocam-se em caravanas e incluem personagens castiças e tão diversas como a mulher barbuda, o anão, o homem-forte, a encantadora de serpentes, a leitora de sinas e ... prostitutas.

O tema da série é a luta entre o bem e o mal com algum misticismo à mistura. Em cada geração surge uma personificação do mal e outra do bem, com poderes particulares. Os actores são excelentes com particular destaque para Michael J. Anderson, Clancy Brown e Amy Madigan.
De resto Carnivàle ganhou 5 Emmys em 2004, incluindo o de melhor genérico. O genérico foi criado pela empresa A52 usando uma técnica conhecida por 2.5 D (porque gera imagens entre 2 e 3 D) e mistura imagens marcantes da história norte-americana da época, com obras de arte famosas e imagens criadas exclusivamente para o genérico. O genérico está disponível para ser visto num excelente site sobre a série (em francês).


A série evolui no tempo e na saison 2 começa a "cozinhar-se" a 2ª guerra mundial- Mussolini e Hitler sobem ao poder e a Europa sofre as consequências disso. No episódio 13 a personagem principal é transportada no tempo para Alamogordo no Novo México, o local onde se deu a primeira explosão de uma arma nuclear em 1945, assistindo ao momento da explosão in situ. O evento ficou conhecido por Trinity e marca o início da era nuclear. A explosão na série é muito realista e fiel do ponto de vista científico. Para quem quiser ver como foi feita, no site oficial da série existe um filme que mostra a sequência, o storyboard, os efeitos especiais e a montagem das imagens (uma parte corresponde a imagens reais da explosão).

Sudoku, Binoku e Hexoku

Variantes interessantes e irónicas do Sudoku, o Binoku e o Hexoku, publicados pelo jornal "o diferencial" do Instituto Superior Técnico têm a mesma finalidade e regras que o Sudoku.

O Binoku pode ser resolvido por qualquer mentecapto que saiba o que são binários. Vem aliás acompanhado da informação que o grau de dificuldade é : Nulo. É para ser resolvido em binários!

O Hexoku é para ser resolvido em hexadecimais. Aqui ficam 2 problemas para se entreterem.

Anis Estrelado

O preço do anis estrelado (Illicium verum) nos mercados subiu 64% desde o dia 25 de Outubro. A razão para esta subida abrupta é o anis estrelado ser uma matéria-prima chave para produzir o Tamiflu.
A China é o maior produtor mundial e vai ser o maior beneficiário da subida de preços. Todos os produtores estão na ásia, com a China e o Vietname à cabeça. Este produto é extensamente usado na cozinha asiática de algumas regiões.

Eu estou muito contente porque em casa possuo um boião cheio. Talvez a Roche o queira comprar quando houver escassez?
Ainda este fim-de-semana comi umas belas maças assadas temperadas com 2 estrelas. Se calhar lá em casa já estamos todos imunes ao H5N1!

O anis estrelado provém de uma planta semelhante à magnólia e é o seu fruto depois de seco. Este fruto seco contém um óleo que é o que interessa às farmacêuticas extrair para desenvolvimento de fármacos.

De notar que o anis estrelado não tem nada a ver com aquilo a que chamamos anis e do qual se faz um popular licor. O anis (Pimpinella anisum) é uma semente seca de uma planta da família da salsa. As semelhanças ficam-se pelo cheiro e um pouco pelo sabor. Porque, quer o anis quer o anis estrelado, contém um composto orgânico responsável pelo seu aroma - o anetole, mas a estrutura molecular é ligeiramente diferente nos 2 casos. A restante composição é diferente nas 2 plantas.